Tiago de Araujo Camillo - Programa de Pós-Graduação em ...

4. O ESPÍRITO SANTO NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX
A imigração marcou o Espírito Santo no que diz respeito ao seu
desenvolvimento econômico, vindo a contribuir para a expansão da fronteira
agrícola da região a partir da segunda metade do século XIX. Todavia, há que se
perguntar: em que cenário os imigrantes vieram ser inseridos e quais eram as
características do contexto econômico e social da Província naquele momento?
No decorrer do período colonial, a Capitania do Espírito Santo – se
observada sob o ponto de vista das grandes atividades econômicas – não teve
grande relevância no cenário geral da América portuguesa, tendo possuído
alguma expressão apenas durante o século XVI, quando sua economia esteve
baseada na cultura canavieira e vários engenhos foram instalados na região,
chegando a concentrar elevado número de escravos (ALMADA, 1984, p. 57).
Nos séculos seguintes, contudo, um quadro de estagnação econômica perdurou,
ficando a região quase abandonada, até que na segunda metade do século XIX o
cultivo de café e os movimentos migratórios em direção à província vieram
alavancar um surto de desenvolvimento. Dois pontos podem ser trazidos à baila
para explicar o cenário da “capitania” durante os tempos coloniais.
A Coroa portuguesa agiu de maneira singular no que diz respeito à
exploração da parte oeste do Espírito Santo, principalmente no período que se
sucedeu à descoberta e início da exploração da região aurífera. Diante das
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