Tiago de Araujo Camillo - Programa de Pós-Graduação em ...

Em primeiro lugar cabe destacar o peso do povoamento dos vales dos
rios supra – referidos no que diz respeito ao crescimento populacional. O termo
da vila de Itapemirim, espaço político que representava tal região, abrigava em
1824 2.332 mil habitantes, passando a 8.443 em 1856 e 28.177 em 1872. Por
outro lado, o termo da vila de Vitória - que recebera a partir da década de 1840
trabalhadores oriundos da Europa quando da fundação dos núcleos coloniais –
teve sua população quase duplicada, visto que passara de 13.038 habitantes em
1824 para 24.459 em 1872. Entretanto, Vitória como centro político regional já
possuía uma população bem maior em 1824, fato que – para a realidade capixaba
do período – evidencia um boom populacional em Itapemirim, tendo o termo
desta vila se constituído num grande pólo de atração populacional antes que o
processo de entradas de estrangeiros fosse mais dinamizado. Deve-se frisar que
os escravos representavam quase a metade da população, tendo o seu número
gradualmente se ampliado até as vésperas da abolição principalmente na região
do Itapemirim (ALMADA, 1984).
A economia sentiu, então, os efeitos do crescimento populacional com a
instalação das lavouras cafeeiras, as quais passaram a ocupar boa parte dos
vazios existentes no território provincial. O café superou o açúcar na pauta de
exportações, figurando como principal atividade econômica do Espírito Santo até
meados do século XX (Tabela 2).
Os números correspondem à saída de produtos através dos dois
principais pontos de escoamento, Itapemirim e Vitória. Percebe-se, dessa
maneira, que o café veio marcar a região; gradualmente o seu cultivo substituiu o
açúcar, o qual, por sua vez, não havia sido capaz de estimular sozinho o
povoamento.
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