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Tiago de Araujo Camillo - Programa de Pós-Graduação em ...

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D<strong>em</strong>onstra-se a pertinência <strong>de</strong> cada uma para a probl<strong>em</strong>atização do t<strong>em</strong>a<br />

abordado, <strong>de</strong>screvendo-as, indicando suas limitações e apresentando as<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> utilização para a resolução das questões apresentadas.<br />

2.1. Referencial teórico<br />

É antigo o interesse da História por objetos relacionados à interação entre<br />

o hom<strong>em</strong> e o meio natural, r<strong>em</strong>ontando ao princípio do século XX, sobretudo nas<br />

escolas historiográficas <strong>de</strong> matrizes francesa, inglesa e al<strong>em</strong>ã (TEIXEIRA, 1997,<br />

p. 203).<br />

Acerca da Escola Francesa, cabe <strong>de</strong>stacar aqui as preocupações <strong>de</strong><br />

Fernand Brau<strong>de</strong>l que já no prefácio <strong>de</strong> sua obra <strong>de</strong> maior proporção, “O<br />

Mediterrâneo e o Mundo Mediterrânico na Época <strong>de</strong> Felipe II” apresenta a<br />

categoria “longa duração”, a qual se refere ao contato do hom<strong>em</strong> com o mundo<br />

natural e as lentas transformações impostas pelos seres humanos sobre aquele<br />

último, pelo menos no que tange ao período por ele investigado. Sendo assim,<br />

Brau<strong>de</strong>l explica:<br />

Esta obra divi<strong>de</strong>-se <strong>em</strong> três partes, cada uma das quais preten<strong>de</strong> ser uma<br />

tentativa <strong>de</strong> explicação <strong>de</strong> conjunto. A primeira trata <strong>de</strong> uma história quase<br />

imóvel, que é a do hom<strong>em</strong> nas suas relações com o meio que o ro<strong>de</strong>ia, uma<br />

história lenta, <strong>de</strong> lentas transformações, muitas vezes feitas <strong>de</strong> retrocesso, <strong>de</strong><br />

ciclos s<strong>em</strong>pre recomeçados; não quis <strong>de</strong>sprezar essa história, quase fora do<br />

t<strong>em</strong>po, <strong>de</strong> relação com as coisas inanimadas, mas também não quis ficar-me<br />

pelas tradicionais introduções geográficas à história, inutilmente lançadas para o<br />

princípio <strong>de</strong> cada livro, com <strong>de</strong>scrições do meio físico, das ativida<strong>de</strong>s agrícolas<br />

e das flores; que se mostram rapidamente e <strong>de</strong> que <strong>de</strong>pois se não volta a falar,<br />

como se as flores não regressass<strong>em</strong> todas as primaveras, como se os rebanhos<br />

parass<strong>em</strong> nas suas migrações, como se os navios não navegass<strong>em</strong> num mar real,<br />

que muda com as estações do ano (TEIXEIRA, 1997, p. 203).<br />

Brau<strong>de</strong>l reivindica uma atenção maior para os dados geográficos nos<br />

estudos históricos e não apenas uma abordag<strong>em</strong> que coloque o meio natural<br />

como pano <strong>de</strong> fundo dos acontecimentos, perspectiva que ele irá manter ao longo<br />

<strong>de</strong> sua obra, influenciando vários outros pesquisadores.<br />

Todavia, a <strong>de</strong>speito das reivindicações brau<strong>de</strong>lianas, o procedimento <strong>de</strong><br />

inserir dados da natureza como objeto da operação histórica ficaria restrito a<br />

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