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Tiago de Araujo Camillo - Programa de Pós-Graduação em ...

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Esta foto oferece uma noção do processo que se instalou na região<br />

Serrana Central da Província do Espírito Santo no <strong>de</strong>correr da segunda meta<strong>de</strong> do<br />

século XIX por ocasião da vinda dos imigrantes estrangeiros e instalação <strong>de</strong><br />

lavoura cafeeira agro-exportadora, b<strong>em</strong> como <strong>de</strong> lavouras <strong>de</strong> subsistência. Tal<br />

ecossist<strong>em</strong>a, apesar <strong>de</strong> já conhecer a presença humana, sobretudo indígena,<br />

sofreria gran<strong>de</strong> impacto <strong>de</strong>vido a uma exploração baseada na busca do<br />

rendimento máximo pelo menor custo, isto é, obe<strong>de</strong>cendo a uma outra lógica<br />

(DEAN, 1996), fato que acarretou <strong>de</strong>sequilíbrios como os que causaram a<br />

proliferação <strong>de</strong> doenças como a malária.<br />

Para a explicação da incidência <strong>de</strong> casos da “febre intermitente”, é<br />

necessário, ainda, que se recorra a um outro ponto <strong>de</strong> explicação importante. Se<br />

entre os povos originários do norte da Europa a malária era <strong>de</strong>sconhecida, o<br />

mesmo não acontecia com os italianos do mediterrâneo, <strong>de</strong> acordo com o que<br />

<strong>de</strong>monstra Brau<strong>de</strong>l (DEAN, 1996). Destarte, tal fato foi um facilitador da eclosão<br />

da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> casos revelados pela documentação, na medida <strong>em</strong> que<br />

indivíduos já contaminados pelo protozoário causador da doença vieram se alojar<br />

nos núcleos coloniais, se constituindo <strong>em</strong> potenciais repositórios e<br />

contaminadores do vetor responsável que, por sua vez, inoculavam o protozoário<br />

causador <strong>em</strong> indivíduos sadios. O mesmo raciocínio vale para a população nativa<br />

brasileira, que apesar <strong>de</strong> mais habituada a este probl<strong>em</strong>a, ainda sofria com as<br />

injunções postas pela proliferação <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong>s como a malária e<br />

conseqüent<strong>em</strong>ente também era um <strong>de</strong>pósito do protozoário.<br />

As preocupações das autorida<strong>de</strong>s com as “febres intermitentes”<br />

traduziam-se <strong>em</strong> diferentes planos <strong>de</strong> atuação. Nalguns momentos, talvez<br />

prevendo uma eclosão <strong>de</strong> muitos casos <strong>de</strong> malária ou diante da gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> doentes internados na enfermaria colonial, o médico da colônia<br />

solicitava uma relação <strong>de</strong> medicamentos na qual figuravam el<strong>em</strong>entos como o<br />

Sulfato <strong>de</strong> Quinina e Extrato <strong>de</strong> Quina, que são substâncias extraídas da casca da<br />

“Quina” – planta do gênero Chichona” – utilizada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> do final do século XVI<br />

como terapia <strong>de</strong> combate às febres maláricas 15 :<br />

15 Disponível <strong>em</strong>: . Acesso <strong>em</strong>: 28 mar. 2006.<br />

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