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Tiago de Araujo Camillo - Programa de Pós-Graduação em ...

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disponíveis no mercado e, conseqüent<strong>em</strong>ente, cada vez mais inviáveis as<br />

iniciativas apoiadas no escravismo.<br />

Foi nesse contexto que proprietários, como Nicolau <strong>de</strong> Campos<br />

Vergueiro e Caetano Dias da Silva, experimentaram a “importação” <strong>de</strong><br />

contingentes <strong>de</strong> trabalhadores livres, utilizando, para tanto, diferentes<br />

sist<strong>em</strong>áticas.<br />

Vergueiro, proprietário da fazenda Ibicaba no interior paulista, a partir <strong>de</strong><br />

uma subvenção estatal concedida s<strong>em</strong> cobrança <strong>de</strong> juros, trouxe trabalhadores<br />

suíços a fim <strong>de</strong> suprir a carência <strong>de</strong> escravos <strong>em</strong> sua <strong>em</strong>presa. De acordo com seu<br />

sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> organização, o imigrante recebia subsídios para a sua transferência,<br />

b<strong>em</strong> como para o momento inicial <strong>de</strong> estabelecimento na localida<strong>de</strong> <strong>em</strong> que se<br />

radicava. Todos os recursos aplicados <strong>em</strong> tal procedimento entravam como<br />

adiantamento para o trabalhador estrangeiro, o qual por meio do produto auferido<br />

<strong>em</strong> seu trabalho se comprometia contratualmente a pagar a dívida sob uma taxa<br />

<strong>de</strong> juros que variava entre 6 e 12 . As ativida<strong>de</strong>s do trabalhador constituíam-<br />

se <strong>em</strong> manter certa parcela do cafezal limpa e fazer a colheita. Po<strong>de</strong>ria, ainda, no<br />

interior das lavouras cafeeiras, conjugar culturas para o seu consumo. O<br />

imigrante estava obrigado a comunicar qualquer intenção <strong>de</strong> abandonar o<br />

estabelecimento, po<strong>de</strong>ndo fazê-lo apenas quando quitasse todos os seus<br />

compromissos (ALVIM, 1998).<br />

O “sist<strong>em</strong>a Vergueiro”, também <strong>de</strong>nominado “sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> parceria”,<br />

como fora concebido no interior paulista encontrou sérios obstáculos, quer no<br />

que diz respeito à perspectiva dos proprietários, quer quanto à situação dos<br />

colonos. Para os fazen<strong>de</strong>iros, o sist<strong>em</strong>a que inicialmente se mostrara rentável, ao<br />

longo dos anos revelou suas falhas. A baixa produtivida<strong>de</strong> dos estrangeiros – <strong>em</strong><br />

comparação com o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho do braço escravo –, o não pagamento das dívidas<br />

e o abandono pr<strong>em</strong>aturo, se configuraram como os principais entraves,<br />

acarretando sérios prejuízos econômicos. Restou a proprietários como Vergueiro<br />

insistir<strong>em</strong> durante alguns anos <strong>em</strong> <strong>em</strong>pregar o sist<strong>em</strong>a escravista e só no ocaso do<br />

século XIX a mão-<strong>de</strong>-obra livre seria utilizada com maior freqüência por meio da<br />

parceria ou do assalariamento. Por outra via, foram constantes as reclamações<br />

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