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Tiago de Araujo Camillo - Programa de Pós-Graduação em ...

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alimentos, como o fez o diretor interino José Cassiano <strong>de</strong> Castro <strong>em</strong> 25 <strong>de</strong><br />

fevereiro <strong>de</strong> 1876 ao se comunicar com o governo provincial:<br />

Tendo o Agente <strong>de</strong> Colonização José Ribeiro Coelho me informado que os<br />

colonos ultimamente chegados a esta capital com <strong>de</strong>stino à colônia <strong>de</strong> Santa<br />

Leopoldina têm [recebido] gêneros alimentícios para o curto espaço <strong>de</strong> 10 dias,<br />

seguindo uma or<strong>de</strong>m da Excelentíssima Presidência expedida durante a<br />

administração do Doutor Francisco Ferreira Corrêa, rogo a Vossa Excelência <strong>de</strong><br />

expedir as convenientes or<strong>de</strong>ns no sentido <strong>de</strong> ser elevado aquele suprimento a<br />

15 dias, como outrora era <strong>de</strong> costume, e é <strong>de</strong> equida<strong>de</strong>, não só <strong>em</strong> atenção aos<br />

dias que se gastam na viag<strong>em</strong> e no Porto <strong>de</strong> Cachoeiro antes da partida para sua<br />

habitação, como do alto preço porque atualmente são vendidos os gêneros <strong>de</strong><br />

primeira necessida<strong>de</strong>, tanto no Porto <strong>de</strong> Cachoeiro, como no Timbuhy 19 .<br />

Noutra oportunida<strong>de</strong> o Inspetor Geral <strong>de</strong> Terras e Colonização da<br />

Província do Espírito Santo – João <strong>de</strong> Carvalho Borges Junior – escrevia ao<br />

presi<strong>de</strong>nte; <strong>em</strong> sua missiva ele observava a falta <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> primeira necessida<strong>de</strong><br />

na colônia e solicitava visitas mais freqüentes ao núcleo do Porto <strong>de</strong> Cachoeiro<br />

por parte da companhia <strong>de</strong> navegação responsável pelo abastecimento:<br />

Reputando-me o diretor da colônia <strong>de</strong> Santa Leopoldina sobre a conveniência<br />

<strong>de</strong> ser<strong>em</strong> mais freqüentes as viagens ao Porto do Cachoeiro da Companhia<br />

Cearense <strong>de</strong> Navegação Fluvial nesta província, pela gran<strong>de</strong> falta que há no<br />

comércio <strong>de</strong> gêneros <strong>de</strong> primeira necessida<strong>de</strong> a ponto <strong>de</strong> recear-se que se<br />

manifeste a fome na referida colônia principalmente no Timbuy, rogo a Vossa<br />

Excelência se digne enten<strong>de</strong>r-se com o gerente da aludida companhia para que<br />

seja satisfeita a providência reclamada pelo mesmo diretor, que consi<strong>de</strong>ro<br />

justa 20 .<br />

Todavia, não apenas os envolvidos com a administração do<br />

<strong>em</strong>preendimento colonial que se manifestaram <strong>em</strong> relação aos obstáculos <strong>em</strong><br />

relação à alimentação. Os próprios colonos reconheciam tais entraves ao seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>em</strong> terras tropicais. Tschudi <strong>em</strong> seu texto registrou <strong>de</strong>poimentos<br />

<strong>de</strong> colonos que se queixaram:<br />

As mandiocas ficam pequenas e apodrec<strong>em</strong> na terra, as colheitas do milho não<br />

compensam. Não sab<strong>em</strong>os <strong>de</strong> que vamos nos alimentar. Tudo é terrivelmente<br />

caro. Na Al<strong>em</strong>anha com 5 ou 6 vinténs por dia viv<strong>em</strong>os melhor que aqui com 4<br />

patacas e, além disso, s<strong>em</strong>pre t<strong>em</strong>os muitos doentes nas famílias. Se isto<br />

prosseguir por mais t<strong>em</strong>po, vamos todos nos arruinar (TSCHUDI, 2004, p. 83).<br />

19 Fundo Governadoria. Série Correspondências Recebidas. Livro 57, p. 34, 25 fev. 1876.<br />

20 Fundo Governadoria. Série Correspondências Recebidas. Livro 57, p. 64, 29 <strong>de</strong>z. 1876.<br />

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