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Tiago de Araujo Camillo - Programa de Pós-Graduação em ...

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<strong>em</strong> 1880, abrigou italianos e indivíduos da província do Ceará, retirantes da seca<br />

que naquele período assolava sua região <strong>de</strong> orig<strong>em</strong>.<br />

Santa Leopoldina, enquanto colônia pública <strong>de</strong> imigrantes teve<br />

comportamento bastante peculiar no que diz respeito à economia quando<br />

comparada às suas congêneres <strong>de</strong> Santa Catarina, São Paulo e Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />

Nestas províncias os estabelecimentos encampados pelo po<strong>de</strong>r público<br />

participaram ativamente do abastecimento do mercado interno, <strong>de</strong>dicando-se a<br />

diferentes ativida<strong>de</strong>s agrícolas, enquanto a localida<strong>de</strong> capixaba teve na<br />

monocultura cafeeira dirigida ao mercado externo seu ponto alto, sendo<br />

responsável por parcela consi<strong>de</strong>rável das exportações provinciais. A falta <strong>de</strong> um<br />

mercado interno consolidado <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> preços e <strong>de</strong> vias <strong>de</strong> transportes foi<br />

fundamental para que a economia <strong>de</strong> Santa Leopoldina assumisse feições agro-<br />

exportadoras, pois a ligação com o a Vila <strong>de</strong> Vitória por via fluvial era mais<br />

viável <strong>em</strong> relação às vias disponíveis para a circulação interna <strong>de</strong> mercadorias<br />

(ROCHA, 2000, p. 7). Tal característica po<strong>de</strong> ser notada com a análise dos<br />

registros <strong>de</strong> saída do café do núcleo colonial, conforme Tabela 8.<br />

O acesso dos imigrantes ao mercado <strong>de</strong> internacional não se dava <strong>de</strong><br />

maneira direta e sim por meio do contato com gran<strong>de</strong>s compradores locais que<br />

funcionavam como mediadores entre o colono e os portos do Rio <strong>de</strong> Janeiro ou<br />

Vitória. As exportações que foram iniciadas <strong>de</strong> maneira tímida, com o t<strong>em</strong>po se<br />

elevaram a patamares significativos se levado <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração o quadro total das<br />

exportações da província. Tal crescimento se <strong>de</strong>u conforme os primeiros<br />

rendimentos das lavouras iniciadas na fase <strong>de</strong> instalação da colônia. Também<br />

<strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado o gradual ajustamento do colono às condições <strong>de</strong> trabalho<br />

encontradas.<br />

A economia da colônia se apoiava, então, nas exportações <strong>de</strong> café, as<br />

quais permitiam ao trabalhador quitar as dívidas contraídas – por ex<strong>em</strong>plo, com<br />

as passagens da viag<strong>em</strong> – e, ao mesmo t<strong>em</strong>po adquirir bens que não eram<br />

produzidos <strong>em</strong> âmbito local.<br />

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