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pelas veredas da psicose: o que se escreve? - CCHLA ...

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desvela<strong>da</strong> para <strong>que</strong>m o lê. A escrita, mesmo <strong>que</strong> não siga à risca as regras exigi<strong>da</strong>s pela<br />

gramática normativa, comporta e suporta a loucura.<br />

Sua escrita teve a função de localizar o gozo, possibilitando-o circular por meio<br />

des<strong>se</strong> objeto <strong>que</strong> oferta ao Outro, con<strong>se</strong>guindo assim um acordo, uma ponderação <strong>da</strong><br />

ordem absoluta de <strong>se</strong>u Deus.<br />

As considerações feitas aqui visaram a destacar o efeito <strong>da</strong> escrita na clínica <strong>da</strong>s<br />

<strong>psico<strong>se</strong></strong>s, levando-<strong>se</strong> em conta a particulari<strong>da</strong>de de ca<strong>da</strong> sujeito no uso e na possibili<strong>da</strong>de<br />

de estabilização, mostrando também a escrita enquanto via <strong>que</strong> torna possível o laço social,<br />

apontando uma reordenação subjetiva.<br />

Como foi possível ob<strong>se</strong>rvar, o sujeito psicótico <strong>escreve</strong>. Não a escrita endereça<strong>da</strong><br />

<strong>que</strong> visa à comunicação e reconhecimento do outro, mas a <strong>que</strong> possibilita localizar e<br />

estabilizar a experiência com o gozo. A escrita, portanto, <strong>se</strong>ndo um outro efeito <strong>da</strong><br />

linguagem (LACAN, 1972-73), pode produzir outros modos de li<strong>da</strong>r com o gozo <strong>que</strong> não<br />

pela via do <strong>se</strong>ntido. Lembrando <strong>que</strong> a escrita, nes<strong>se</strong> trabalho, é considera<strong>da</strong> enquanto<br />

produção <strong>que</strong> barra, delimita, apazigua e circunscreve o gozo <strong>que</strong> invade o sujeito.

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