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pelas veredas da psicose: o que se escreve? - CCHLA ...

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109<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

É chegado o momento de concluir. Foram muitas as in<strong>da</strong>gações, algumas respostas,<br />

discussões, empecilhos e avanços nesta dis<strong>se</strong>rtação. Foi um caminho causado pelo de<strong>se</strong>jo<br />

de saber e pela paixão <strong>que</strong> promove bons encontros. Foi uma vere<strong>da</strong>, <strong>se</strong>rtão, não mar, mas<br />

de onde <strong>se</strong> pôde tirar fecundo trabalho. Inesgotável, por certo.<br />

Psico<strong>se</strong> e escrita foram os significantes <strong>que</strong> nos motivaram desde o início , fazendo<br />

eco, ressoando palavras ain<strong>da</strong> incompreendi<strong>da</strong>s, <strong>se</strong>m <strong>se</strong>ntido, mas já prenhes de <strong>se</strong>ntido.<br />

Um paradoxo por certo ao <strong>se</strong> falar de <strong>se</strong>ntido e de <strong>se</strong>m <strong>se</strong>ntido.<br />

Se na abertura convocamos Guimarães Rosa é a ele <strong>que</strong> recorremos uma vez mais,<br />

mais ain<strong>da</strong> com sua obra Grande <strong>se</strong>rtão, <strong>vere<strong>da</strong>s</strong>, para com isso dizermos <strong>da</strong> invenção de<br />

um título <strong>que</strong> contemplas<strong>se</strong> nossa inquietação com a loucura e nosso de<strong>se</strong>jo de encontrar<br />

respostas para o <strong>se</strong>m <strong>se</strong>ntido - Pelas <strong>vere<strong>da</strong>s</strong> <strong>da</strong> <strong>psico<strong>se</strong></strong>: o <strong>que</strong> <strong>se</strong> <strong>escreve</strong>?.<br />

Procuramos analisar <strong>que</strong> relação existe entre <strong>psico<strong>se</strong></strong> e escrita. A <strong>psico<strong>se</strong></strong> enquanto<br />

estrutura de linguagem <strong>que</strong> estabelece uma relação singular com a reali<strong>da</strong>de não<br />

compartilhando <strong>da</strong> mesma lógica <strong>que</strong> rege o mundo dos neuróticos, e por isso mesmo<br />

tendo <strong>que</strong> fazer uma invenção <strong>que</strong> sustente sua reali<strong>da</strong>de. E a escrita para analisar de <strong>que</strong><br />

forma esta, enquanto sistema linguístico saussuriano, poderia contribuir para a investigação<br />

<strong>da</strong> escrita na clínica <strong>da</strong>s <strong>psico<strong>se</strong></strong>s.<br />

Para isso, traçamos um percurso desde a conceituação do sujeito, passando <strong>da</strong><br />

primeira à <strong>se</strong>gun<strong>da</strong> clínica lacaniana acerca <strong>da</strong> <strong>psico<strong>se</strong></strong> e <strong>da</strong>s soluções encontra<strong>da</strong>s por estes<br />

sujeitos até chegar a um diálogo com a linguística saussuriana, <strong>se</strong>ndo a escrita o objeto<br />

comum proposto nes<strong>se</strong> trabalho entre os teóricos – Freud, Lacan e Saussure. Des<strong>se</strong> modo,<br />

buscamos nas ideias de Saussure mostrar o movimento e funcionamento <strong>da</strong> língua para, em<br />

<strong>se</strong>gui<strong>da</strong>, teoria do próprio autor, compará-la à escrita enquanto sistema de linguagem. A<br />

teoria do sistema <strong>se</strong> mostrou como organizador, isto por<strong>que</strong> o sistema é produtor de<br />

<strong>se</strong>ntidos. O sistema dá <strong>se</strong>ntido aos signos <strong>que</strong> soltos não <strong>que</strong>rem dizer na<strong>da</strong>. Os signos<br />

linguísticos <strong>se</strong> organizam num sistema para <strong>que</strong> uma operação de <strong>se</strong>ntido possa advir, o<br />

<strong>que</strong> não ocorreria caso estives<strong>se</strong>m fora do sistema, isolados. A partir <strong>da</strong>í, foi possível<br />

estabelecer uma ideia, a saber, a escrita como aparato possível de uma organização ao caos<br />

pre<strong>se</strong>nte num de<strong>se</strong>ncadeamento <strong>da</strong> <strong>psico<strong>se</strong></strong>. Ao fora do <strong>se</strong>ntido, então, a escrita viria<br />

ordenar um mínimo de <strong>se</strong>ntido, reenlaçando o sujeito ao Simbólico, Imaginário e Real.

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