pelas veredas da psicose: o que se escreve? - CCHLA ...
pelas veredas da psicose: o que se escreve? - CCHLA ...
pelas veredas da psicose: o que se escreve? - CCHLA ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
colocará a exigência de buscar uma solução, ain<strong>da</strong> <strong>que</strong> ca<strong>da</strong> um vá tecê-la<br />
com <strong>se</strong>us recursos e com a singulari<strong>da</strong>de <strong>que</strong> sua estrutura dispõe. Em<br />
outras palavras, é universal a foraclusão (MILLER, 1998a) e singular sua<br />
solução. (GUERRA, 2007, p.15).<br />
45<br />
Ao discorrer acerca <strong>da</strong> primeira à <strong>se</strong>gun<strong>da</strong> clínica lacaniana, do significante Nomedo-Pai<br />
para os nomes do pai, uma nova perspectiva <strong>se</strong> coloca para a <strong>psico<strong>se</strong></strong>: o psicótico<br />
não deve mais <strong>se</strong>r apenas situado como a<strong>que</strong>le <strong>que</strong> padece <strong>da</strong> não inscrição do Nome-do-<br />
Pai. Há saí<strong>da</strong>s para li<strong>da</strong>r com a falta estrutural. E ain<strong>da</strong> uma <strong>que</strong>stão: <strong>que</strong> artifícios estes<br />
sujeitos inventam para li<strong>da</strong>r com a falta <strong>que</strong> <strong>se</strong> impõe a todos? A clínica constitui um<br />
indicador fun<strong>da</strong>mental acerca <strong>da</strong>s diversas soluções encontra<strong>da</strong>s por es<strong>se</strong>s sujeitos. É o<br />
particular de ca<strong>da</strong> caso <strong>que</strong> <strong>se</strong>rvirá para falar de uma universali<strong>da</strong>de na <strong>psico<strong>se</strong></strong>.<br />
1.5 AS INVENÇÕES PSICÓTICAS<br />
Após falar acerca <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça de paradigma, tendo a <strong>psico<strong>se</strong></strong> apontado um novo<br />
olhar para li<strong>da</strong>r com a falta estrutural, é preciso definir melhor o conceito de suplência, já<br />
<strong>que</strong> <strong>se</strong> encontra relacionado às soluções na <strong>psico<strong>se</strong></strong>.<br />
Suplência tem a <strong>se</strong>guinte definição no dicionário Aurélio (2001): “ato de suprir,<br />
cargo de suplente; suplente: <strong>que</strong> supre; <strong>que</strong> pode <strong>se</strong>r chamado a exercer certas funções, na<br />
falta <strong>da</strong><strong>que</strong>le a <strong>que</strong>m tais funções cabem efetivamente” (grifo nosso). É, portanto, essa<br />
condição do <strong>que</strong> pode vir em lugar do significante <strong>que</strong> não operou, na <strong>psico<strong>se</strong></strong>, <strong>que</strong><br />
determina do <strong>que</strong> <strong>se</strong> trata quando <strong>se</strong> fala em suplência.<br />
Tal conceito surge a partir do avanço de Lacan nos estudos acerca <strong>da</strong> <strong>psico<strong>se</strong></strong> e <strong>da</strong>s<br />
soluções <strong>que</strong> estes sujeitos encontram. Essas soluções, tentativas de cura, são denomina<strong>da</strong>s<br />
de estabilizações. Estas dizem respeito às saí<strong>da</strong>s <strong>que</strong> alguns psicóticos encontram para li<strong>da</strong>r<br />
com o Real <strong>que</strong> <strong>se</strong> lhes apre<strong>se</strong>nta, rompendo o fino elo <strong>que</strong> tinham com a reali<strong>da</strong>de. De<br />
acordo com Alvarenga (2000, p.15): “A estabilização é uma operação <strong>que</strong> circunscreve,<br />
localiza, deposita, <strong>se</strong>para ou apazigua o gozo, correlativa de uma entra<strong>da</strong> em algum tipo de<br />
discurso, por mais precário <strong>que</strong> ele <strong>se</strong>ja”.<br />
Para discorrer acerca <strong>da</strong> estabilização, é salutar tentar definir o <strong>que</strong> é o gozo, termo<br />
<strong>que</strong> surge <strong>se</strong>mpre <strong>que</strong> <strong>se</strong> fala de <strong>psico<strong>se</strong></strong>. Lacan (1972-73/2008, p.11) toma o conceito de<br />
gozo do direito, tal como o de foraclusão; toma-o no <strong>se</strong>ntido do usufruto. Todo <strong>se</strong>r humano<br />
pode gozar de <strong>se</strong>us bens, <strong>se</strong>m, no entanto, gastá-lo demais. O gozo está entre o prazer e o