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pelas veredas da psicose: o que se escreve? - CCHLA ...

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98<br />

fálica e <strong>que</strong>, des<strong>se</strong> modo, permite uma inscrição do sujeito psicótico por meio de suas<br />

produções <strong>que</strong> visam à letra.<br />

Tratou-<strong>se</strong>, com os teóricos, de uma escrita <strong>que</strong> como as formações do inconsciente<br />

têm a característica de <strong>se</strong>r legível, <strong>que</strong> transmite uma mensagem, portanto, faz parte do<br />

sistema Simbólico. E outra escrita <strong>que</strong> transcende o campo do Simbólico, numa tentativa<br />

de <strong>se</strong> <strong>escreve</strong>r o Real e <strong>que</strong>, por isso, pode produzir um saber-fazer. “[...] o real não é<br />

repre<strong>se</strong>ntado nem por imagens, nem por palavras, e estamos fa<strong>da</strong>dos a continuar tentando<br />

preencher es<strong>se</strong> buraco, essa falta estrutural no Outro, com palavras.” (LACET, 2003, p.58).<br />

Estu<strong>da</strong>r es<strong>se</strong>s três teóricos - Freud, Lacan e Saussure - para poder dizer acerca <strong>da</strong><br />

escrita faz desta um outro modo de <strong>se</strong> pensar a <strong>psico<strong>se</strong></strong> e a tentativa de <strong>se</strong> tornarem sujeitos<br />

na subversão do <strong>se</strong>ntido, no amor à letra.<br />

3.2 O LAÇO SOCIAL<br />

Para abor<strong>da</strong>r o laço social na <strong>psico<strong>se</strong></strong>, levaremos em consideração a afirmação de<br />

<strong>que</strong> “o psicótico é um fora-do-discurso” (LACAN, 1972), para logo em <strong>se</strong>gui<strong>da</strong> <strong>que</strong>stionar<br />

tal declaração, pois até o <strong>da</strong>do momento o <strong>que</strong> vem <strong>se</strong> empreendendo é uma aposta na<br />

escrita como possibili<strong>da</strong>de de suplência para o sujeito psicótico e, por con<strong>se</strong>guinte, a<br />

circulação no social. A afirmação de <strong>que</strong> o psicótico estaria fora do discurso e por isso não<br />

faria laço iria contrária às ideias até aqui coloca<strong>da</strong>s.<br />

Lacan, acerca do laço social, traz em O aturdito (1972) <strong>que</strong> o discurso é o laço<br />

social: “[...] ali onde situo <strong>que</strong> há... discurso: e eu o situo pelo laço social a <strong>que</strong> <strong>se</strong><br />

submetem os corpos <strong>que</strong> abitaño [labitent] es<strong>se</strong> discurso.” (1972/2003, p.475). No<br />

Seminário 17 – O avesso <strong>da</strong> psicanáli<strong>se</strong>, Lacan (1969/70) define os discursos em quatro:<br />

discurso do mestre, <strong>da</strong> histérica, do universitário e do analista 37 , e estabelece uma relação<br />

entre as estruturas clínicas e o laço social ao trazer o campo <strong>da</strong> linguagem e o campo do<br />

gozo. Pois, os discursos são os modos como os sujeitos <strong>se</strong> utilizam <strong>da</strong> linguagem, <strong>se</strong>ndo a<br />

cadeia significante <strong>que</strong> fun<strong>da</strong> todo discurso. Os discursos revelam ain<strong>da</strong> o modo de gozo<br />

de ca<strong>da</strong> sujeito.<br />

Quinet (2006) também contribui para essa <strong>que</strong>stão, chama de laço social os<br />

discursos já estabelecidos na socie<strong>da</strong>de e <strong>que</strong> os sujeitos, neuróticos ou psicóticos, devem<br />

<strong>se</strong> in<strong>se</strong>rir. Os laços sociais são chamados de discursos, “pois os laços sociais são tecidos e<br />

37 Não adentraremos a <strong>que</strong>stão dos quatro discursos. Estão aqui a nível de informação.

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