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Avaliação de Impacto do Efeito Conjugado de programas de ...

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Avaliação <strong>de</strong> <strong>Impacto</strong> <strong>do</strong> <strong>Efeito</strong> Conjuga<strong>do</strong> <strong>de</strong> Programas <strong>de</strong> Transferência <strong>de</strong><br />

Renda e Complementares na Região Metropolitana <strong>de</strong> São Paulo<br />

Estas famílias exprimiram também, em seus <strong>do</strong>micílios, melhoria significativa no<br />

quesito infraestrutura básica (luz, coleta <strong>de</strong> lixo, abastecimento <strong>de</strong> água, esgoto,<br />

pavimentação etc.) e aumentaram a diferença, em relação aos <strong>de</strong>mais grupos,<br />

<strong>do</strong>s gastos realiza<strong>do</strong>s com melhorias habitacionais. Essas <strong>de</strong>spesas foram mais<br />

reduzidas, entre 2008 e 2009, nas famílias <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> controle.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s da primeira etapa da pesquisa revelaram que os grupos beneficia<strong>do</strong>s<br />

por <strong>programas</strong> sociais, principalmente os participantes <strong>de</strong> ações complementares<br />

à transferência <strong>de</strong> renda, expressavam uma maior incidência <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong><br />

familiar. Nesses agrupamentos havia mais ocorrência <strong>de</strong> famílias<br />

monoparentais, pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> mulheres chefes <strong>de</strong> família, mais chefes <strong>de</strong><br />

família com menor escolarida<strong>de</strong> e maior incidência <strong>de</strong> filhos menores <strong>de</strong> 15 anos.<br />

Em 2009, essa situação se manteve. No entanto, as diferenças reduziram-se entre<br />

os <strong>do</strong>is momentos <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, uma vez que houve um aumento consi<strong>de</strong>rável<br />

das condições <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> nas famílias <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> controle. Os resulta<strong>do</strong>s<br />

mais favoráveis na transição, entre 2008 e 2009, foram verifica<strong>do</strong>s nas famílias<br />

que recebiam apenas <strong>programas</strong> <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> renda.<br />

Os 72 indica<strong>do</strong>res objetivos analisa<strong>do</strong>s indicam, a respeito das condições <strong>de</strong> vida<br />

das famílias, um claro avanço <strong>do</strong>s grupos inseri<strong>do</strong>s em <strong>programas</strong> sociais em<br />

relação às famílias <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> controle. O núcleo beneficia<strong>do</strong> por <strong>programas</strong><br />

sociais apresentou evolução em mais indica<strong>do</strong>res <strong>do</strong> que o grupo <strong>de</strong> controle. As<br />

famílias beneficiárias <strong>de</strong> <strong>programas</strong> <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> renda também avançaram<br />

mais <strong>do</strong> que o grupo <strong>de</strong> controle em 43 indica<strong>do</strong>res e evoluíram menos em<br />

24 <strong>de</strong>les. Já o grupo <strong>de</strong> famílias contempla<strong>do</strong> por <strong>programas</strong> complementares<br />

caminhou mais que o grupo <strong>de</strong> controle em 41 indica<strong>do</strong>res e recuou em 27 indica<strong>do</strong>res.<br />

Os avanços observa<strong>do</strong>s entre 2008 e 2009 foram maiores nos grupos que participavam<br />

<strong>de</strong> <strong>programas</strong> sociais em todas as dimensões <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res objetivos,<br />

exceto nos quesitos trabalho e saú<strong>de</strong>. Alguns indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong>sses aspectos, entretanto,<br />

como o percentual <strong>de</strong> consultas preventivas e a dificulda<strong>de</strong> no acesso<br />

a medicamentos <strong>de</strong> uso contínuo, evoluíram mais nas famílias beneficiárias <strong>de</strong><br />

<strong>programas</strong> <strong>de</strong> ações complementares.<br />

98 99<br />

As famílias beneficiárias <strong>de</strong> ações complementares, durante a primeira etapa<br />

da pesquisa, avançaram mais nas dimensões <strong>de</strong> renda, nutrição, moradia e em<br />

indica<strong>do</strong>res-chave da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, em comparação com as contempladas apenas<br />

por transferência <strong>de</strong> renda. Esse resulta<strong>do</strong> confirma que a participação em<br />

<strong>programas</strong> complementares tem um efeito <strong>de</strong> melhoria, no curto prazo, nas condições<br />

<strong>de</strong> vida das famílias. Por outra parte, o grupo com esse perfil apresentou<br />

menores evoluções nos quesitos trabalho, vulnerabilida<strong>de</strong> familiar na composição<br />

<strong>do</strong> <strong>do</strong>micílio e educação. Porém, as famílias contempladas por <strong>programas</strong><br />

complementares <strong>de</strong>monstraram, em 2009, os melhores indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> educação<br />

entre to<strong>do</strong>s os grupos, mesmo que a diferença tenha se reduzi<strong>do</strong> pouco entre<br />

2008 e 2009.<br />

Em relação às condições <strong>de</strong> vida das famílias, expressas pelos indica<strong>do</strong>res objetivos<br />

analisa<strong>do</strong>s, nota-se um claro avanço entre as beneficiadas por <strong>programas</strong><br />

sociais, em especial para as que participavam <strong>de</strong> <strong>programas</strong> complementares<br />

aos <strong>de</strong> renda. Por outro la<strong>do</strong>, observa-se, também, que a diferença <strong>de</strong> percepção<br />

entre os grupos <strong>de</strong> pobreza em relação ao acesso das famílias e a suas potencialida<strong>de</strong>s<br />

reduziu-se no perío<strong>do</strong> entre as duas fases <strong>do</strong> levantamento. A mesma<br />

situação verifica-se na percepção <strong>de</strong> melhoria das condições <strong>de</strong> vida em diversas<br />

dimensões pesquisadas. Essa redução na diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> percepção <strong>de</strong>ve-se,<br />

principalmente, aos avanços verifica<strong>do</strong>s no grupo <strong>de</strong> controle.<br />

No entanto, apesar da redução das diferenças entre os grupos em 2009, as famílias<br />

beneficiárias <strong>de</strong> <strong>programas</strong> sociais continuaram apresentan<strong>do</strong> menores<br />

níveis <strong>de</strong> pobreza potencial e <strong>de</strong> acesso, além <strong>de</strong> percepções mais fortes <strong>de</strong> melhoria<br />

da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Nesse caso, o núcleo beneficia<strong>do</strong> por <strong>programas</strong><br />

complementares exprimiu os menores níveis <strong>de</strong> pobreza <strong>de</strong> acesso e a percepção<br />

mais significativa sobre a melhoria <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Já as famílias <strong>do</strong><br />

grupo <strong>de</strong> controle tiveram percepções mais favoráveis para as potencialida<strong>de</strong>s<br />

econômica e cultural, enquanto as impressões positivas <strong>do</strong> agrupamento que<br />

recebia somente transferência <strong>de</strong> renda voltaram-se para as potencialida<strong>de</strong>s social,<br />

política e ética.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com a análise comparativa das duas fases da pesquisa<br />

forneceram elementos indicativos <strong>de</strong> que as hipóteses H3 e H4 não po<strong>de</strong>m ser<br />

rejeitadas 36 . Não se <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>scartar a hipótese <strong>de</strong> que <strong>do</strong>micílios com famílias em<br />

elevada situação <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> social e beneficiadas por ações <strong>de</strong> transferência<br />

<strong>de</strong> renda apresentariam indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> impacto ou <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> vida<br />

mais eleva<strong>do</strong>s que aqueles que não eram contempla<strong>do</strong>s por nenhum programa<br />

ou benefício social (IN < IR). Da mesma maneira, não é possível <strong>de</strong>scartar a i<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> que <strong>do</strong>micílios com famílias em elevada situação <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> social,<br />

contempladas por <strong>programas</strong> <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> renda mais algum benefício<br />

específico, como saú<strong>de</strong>/nutrição/segurança alimentar ou educação/capacitação,<br />

ou ainda outro tipo <strong>de</strong> benefício, expressariam indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> impacto, em geral,<br />

mais eleva<strong>do</strong>s que os <strong>do</strong>micílios com famílias beneficiadas apenas por transferência<br />

<strong>de</strong> renda e os <strong>do</strong>micílios com famílias não beneficiárias <strong>de</strong> nenhum tipo <strong>de</strong><br />

programa social, principalmente para aspectos-chave das condições <strong>de</strong> vida <strong>de</strong><br />

suas famílias (IN

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