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Avaliação de Impacto do Efeito Conjugado de programas de ...

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Avaliação <strong>de</strong> <strong>Impacto</strong> <strong>do</strong> <strong>Efeito</strong> Conjuga<strong>do</strong> <strong>de</strong> Programas <strong>de</strong> Transferência <strong>de</strong><br />

Renda e Complementares na Região Metropolitana <strong>de</strong> São Paulo<br />

Por outro la<strong>do</strong>, os <strong>de</strong>mais agrupamentos apresentaram, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2008 a<br />

2009, resulta<strong>do</strong>s melhores nos quesitos trabalho e renda, relaciona<strong>do</strong>s com alguns<br />

indica<strong>do</strong>res importantes. Ambos os grupos contempla<strong>do</strong>s por <strong>programas</strong><br />

sociais (experimental I e II) exprimiram crescimento mais forte <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res<br />

formais, especialmente o núcleo beneficiário <strong>de</strong> <strong>programas</strong> complementares. Esses<br />

núcleos também apresentaram reduções no percentual <strong>de</strong> crianças que trabalham,<br />

porém a diminuição foi mais forte no agrupamento que recebia somente<br />

<strong>programas</strong> <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> renda. Os grupos experimentais, especialmente os<br />

que participavam <strong>de</strong> <strong>programas</strong> complementares, exibiram resulta<strong>do</strong>s melhores<br />

também no comprometimento da renda com dívidas, na suficiência da renda <strong>do</strong>miciliar,<br />

na poupança das famílias e na inadimplência <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios com contas<br />

em atraso.<br />

A pesquisa indicou, ainda, que as famílias beneficiadas por <strong>programas</strong> sociais<br />

apresentaram, em 2009, em quase todas as faixas etárias, um melhor esta<strong>do</strong> nutricional<br />

que as famílias <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> controle. O núcleo contempla<strong>do</strong> por ações<br />

complementares avançou mais nesse aspecto, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> um incremento<br />

maior no percentual <strong>de</strong> indivíduos com peso normal, além <strong>de</strong> exprimir melhores<br />

resulta<strong>do</strong>s para as crianças <strong>de</strong> 0 a 5 anos em relação ao baixo peso e ao sobrepeso.<br />

Essas famílias evoluíram mais na percepção <strong>de</strong> suficiência da quantida<strong>de</strong> e da<br />

qualida<strong>de</strong> da comida consumida em seus <strong>do</strong>micílios. Já os avanços mais efetivos<br />

em termos <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> foram observa<strong>do</strong>s, respectivamente, nas famílias<br />

beneficiárias <strong>de</strong> ações complementares e nas contempladas somente por<br />

<strong>programas</strong> <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> renda. No entanto, as famílias que participavam<br />

<strong>de</strong> <strong>programas</strong> complementares mostraram, em 2009, uma percepção mais forte<br />

<strong>de</strong> que a comida consumida em seu <strong>do</strong>micílio era suficiente e <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>.<br />

Nos indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> educação, o núcleo <strong>de</strong> famílias beneficia<strong>do</strong> somente por <strong>programas</strong><br />

<strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> renda apontou resulta<strong>do</strong>s melhores que o grupo <strong>de</strong><br />

controle em cinco <strong>de</strong> seis indica<strong>do</strong>res pesquisa<strong>do</strong>s na transição entre 2008 e 2009.<br />

Essas melhorias refletiram-se no aumento <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> autonomia potencial, na<br />

redução <strong>do</strong> percentual <strong>de</strong> faltas à escola, na elevação <strong>de</strong> adultos que estão cursan<strong>do</strong><br />

o ensino médio ou o tem completo, no incremento <strong>de</strong> alunos em aulas <strong>de</strong><br />

reforço e nas reduções <strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> reprovação.<br />

96 97<br />

As famílias inseridas em <strong>programas</strong> complementares tiveram menos avanços e<br />

até pequenas pioras em alguns indica<strong>do</strong>res entre as duas fases da pesquisa. Por<br />

outro la<strong>do</strong>, mantiveram-se como o grupo com os melhores resulta<strong>do</strong>s absolutos,<br />

em 2009, em quatro <strong>de</strong> seis indica<strong>do</strong>res: percentual menor <strong>de</strong> faltas; taxa maior<br />

<strong>de</strong> adultos que possuem ou estão cursan<strong>do</strong> o ensino médio; índice mais eleva<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> alunos em aulas <strong>de</strong> reforço; e nível mais alto <strong>de</strong> estudantes que pegam livros<br />

empresta<strong>do</strong>s em bibliotecas. O ponto negativo neste grupo foi a redução, ainda<br />

que pequena, <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> autonomia potencial, que indica o percentual <strong>de</strong> alunos<br />

em ida<strong>de</strong> escolar que estão estudan<strong>do</strong>.<br />

No campo da saú<strong>de</strong>, houve um gran<strong>de</strong> aumento na proporção <strong>de</strong> indivíduos <strong>de</strong>tentores<br />

<strong>do</strong> cartão <strong>do</strong> SUS (Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>). Essa elevação foi um pouco<br />

maior nas famílias <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> controle, seguidas pelos núcleos que recebiam<br />

somente transferência <strong>de</strong> renda. Porém o estrato <strong>de</strong> famílias beneficia<strong>do</strong> por<br />

<strong>programas</strong> complementares continuou apresentan<strong>do</strong> a maior concentração <strong>de</strong><br />

pessoas que possuem o cartão <strong>do</strong> SUS.<br />

Entre 2008 e 2009 também houve crescimento na proporção <strong>de</strong> indivíduos que<br />

se consultaram com médicos. A evolução entre os <strong>do</strong>is levantamentos foi menor<br />

nas famílias contempladas por <strong>programas</strong> complementares que já indicavam<br />

proporção próxima a 100% e continuaram <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> uma maior quantida<strong>de</strong><br />

em 2009. Entretanto, a participação em atendimentos preventivos em <strong>de</strong>trimento<br />

<strong>de</strong> curativos, no total <strong>de</strong> consultas, cresceu mais entre os grupos que participaram<br />

<strong>de</strong> <strong>programas</strong> sociais.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s na segunda etapa da pesquisa, em 2009, confirmaram o<br />

maior grau <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> das famílias beneficiárias <strong>de</strong> <strong>programas</strong> complementares<br />

no quesito saú<strong>de</strong>, conforme observa<strong>do</strong> em 2008, com uma proporção<br />

maior <strong>de</strong> indivíduos que necessitavam <strong>de</strong> medicamentos <strong>de</strong> uso contínuo. No<br />

perío<strong>do</strong> que englobou as duas fases <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, as diferenças entre os grupos<br />

se intensificaram, reforçan<strong>do</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma análise mais aprofundada<br />

sobre esse resulta<strong>do</strong>, que po<strong>de</strong> ser efeito <strong>de</strong> pré-condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> existentes<br />

nas famílias elegíveis para <strong>programas</strong> na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Em contrapartida, se em 2009 houve um aumento na proporção <strong>de</strong> pessoas com<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medicamentos <strong>de</strong> uso contínuo nas famílias beneficiadas por<br />

<strong>programas</strong> complementares, também ocorreu uma forte redução em pontos<br />

percentuais daqueles que têm dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso a esses medicamentos. Já<br />

nos <strong>de</strong>mais grupos, a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso entre os que necessitavam aumentou<br />

fortemente, com variações <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> <strong>do</strong>is dígitos. Em 2008, as famílias que<br />

participavam <strong>de</strong> ações complementares eram as que tinham a maior dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> acesso a medicamentos, porém, em 2009, foram as que apresentaram a menor<br />

dificulda<strong>de</strong>.<br />

Em relação à questão da moradia, os agrupamentos contempla<strong>do</strong>s por <strong>programas</strong><br />

sociais tiveram, entre 2008 e 2009, os maiores avanços, além das melhores<br />

condições, em 2009, em cinco <strong>do</strong>s sete indica<strong>do</strong>res analisa<strong>do</strong>s. Para as famílias<br />

<strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> controle, os indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento e congestionamento <strong>do</strong>miciliar<br />

foram os únicos com valores mais favoráveis. Porém apresentaram evoluções<br />

mais fortes, no perío<strong>do</strong> entre as duas fases da pesquisa, para as famílias<br />

que participavam <strong>de</strong> ações complementares.<br />

Avaliação <strong>de</strong> <strong>Impacto</strong> <strong>do</strong> <strong>Efeito</strong> Conjuga<strong>do</strong> <strong>de</strong> Programas <strong>de</strong> Transferência <strong>de</strong><br />

Renda e Complementares na Região Metropolitana <strong>de</strong> São Paulo

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