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Anais do 7º Congresso - Centro Universitário Belas Artes de São ...

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VII <strong>Congresso</strong> <strong>de</strong> Iniciação Científica <strong>do</strong> <strong>Centro</strong> Universitário <strong>Belas</strong> <strong>Artes</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

ADAPTAÇÃO DE OBRAS LITERÁRIAS PARA A TELEVISÃO – ESTUDO DE CASO: OS MAIAS<br />

E A PEDRA DO REINO<br />

Daniela Braga<br />

Guilherme William U<strong>do</strong> Santos<br />

Kelly Cristina Damião<br />

Tamiris Cristina Nogueira<br />

Profª. Ms. Marisa Cândi<strong>do</strong> <strong>de</strong> Almeida (orienta<strong>do</strong>ra)<br />

INTRODUÇÃO<br />

A adaptação <strong>de</strong> obras literárias para a televisão aponta para uma relação conflituosa e complexa<br />

entre o mun<strong>do</strong> das letras e <strong>do</strong> espetáculo, pois livro e televisão são distintos como meio, forma e<br />

produto. O original, chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> hipotexto, originará um novo produto, que sen<strong>do</strong> fruto <strong>de</strong> uma<br />

adaptação, se chamará hipertexto. O escritor e o roteirista não têm a mesma sensibilida<strong>de</strong> e<br />

perspectiva, pois o último é obriga<strong>do</strong> a selecionar fatos, personagens e situações da obra original<br />

em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outras. Esse trabalho visa explicar esse processo minucioso e mostrá-lo em <strong>do</strong>is<br />

produtos audiovisuais – “Os Maias” e “A Pedra <strong>do</strong> Reino”.<br />

Verifica-se que, fora da intertextualida<strong>de</strong>, a obra literária seria incompreensível, como se fosse a<br />

palavra <strong>de</strong> uma língua <strong>de</strong>sconhecida, portanto, ela introduz uma relação <strong>de</strong> transformação e<br />

interpretação; construin<strong>do</strong>-se o texto como um mosaico <strong>de</strong> referências.<br />

As histórias <strong>de</strong> ficção, que provavelmente começaram a ser contadas ao pé <strong>do</strong> fogo há milhares <strong>de</strong><br />

anos, encontram na literatura e no teatro seus meios preferenciais, até dividi-los com o envolvente<br />

e po<strong>de</strong>roso cinema. No auge <strong>do</strong> cinema surgiu a televisão como meio <strong>de</strong> avassala<strong>do</strong>ra força<br />

atrativa, mostran<strong>do</strong> filmes, crian<strong>do</strong> ficções e fazen<strong>do</strong> adaptações <strong>de</strong> textos literários para<br />

minisséries e telenovelas; provan<strong>do</strong> que a literatura po<strong>de</strong> circular por outros meios, conforme Tânia<br />

Pellegrini, que ainda afirma que a cultura contemporânea é, sobretu<strong>do</strong>, visual.<br />

Segun<strong>do</strong> Hélio Guimarães, “as adaptações <strong>de</strong> obras literárias para veículos audiovisuais<br />

constituem um processo cultural complexo” que transforma a relação autor-obra em uma “ca<strong>de</strong>ia<br />

quase infinita <strong>de</strong> referências a outros textos”, além <strong>de</strong> discutir a “relação conflituosa (...) entre o<br />

mun<strong>do</strong> das letras e <strong>do</strong> espetáculo”. Questiona-se também a exigência <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, acrescentan<strong>do</strong><br />

outros argumentos ao <strong>de</strong>bate: <strong>de</strong> um la<strong>do</strong>, con<strong>de</strong>na uma visão empobrece<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> texto literário que<br />

não reconhece nele “a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suscitar interpretações diversas e ganhar novos senti<strong>do</strong>s<br />

com o passar <strong>do</strong> tempo e a mudança das circunstâncias”, por outro la<strong>do</strong>, con<strong>de</strong>na “uma visão<br />

mistificada e mistifica<strong>do</strong>ra da televisão e também <strong>do</strong> livro”, que estabelece uma falsa hierarquia

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