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Manual de Actividades Educativas - Promundo

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IntroduçãoIntroduçãoPor que direccionar o foco para homens jovens e adultos?Durante muitos anos, no que diz respeito à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> homens e meninos, sempre foramlevantadas algumas hipóteses como a seguinte: eles estão bem e têm menos necessida<strong>de</strong>sdo que as mulheres e meninas. Em outros momentos, supomos que é difícil trabalhar comeles, que são agressivos e não se preocupam com sua saú<strong>de</strong>. Com frequência, temos visto oshomens como os perpetradores da violência – contra outros homens, contra eles próprios econtra as mulheres – sem parar para enten<strong>de</strong>r como a socialização dos rapazes e dos homensencoraja essa violência. Contudo, novas pesquisas e perspectivas têm <strong>de</strong>mandado umacompreensão mais cuidadosa da forma como homens e meninos são socializados, do queprecisam em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento saudável e <strong>de</strong> como os educadores da área da saú<strong>de</strong>,<strong>de</strong>ntre outros, po<strong>de</strong>m auxiliá-los <strong>de</strong> maneira mais a<strong>de</strong>quada.Além disso, nos últimos 20 anos, muitas iniciativas foram buscadas para empo<strong>de</strong>rar mulheres ecorrigir <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> género. Mas vários <strong>de</strong>fensores dos direitos das mulheres apren<strong>de</strong>ramque promover a saú<strong>de</strong> e o bem-estar <strong>de</strong> mulheres jovens e adultas também requer oenvolvimento <strong>de</strong> homens jovens e adultos. A Conferência Internacional sobre População eDesenvolvimento (ICPD), em 1994 e a IV Conferência Mundial sobre Mulheres, em Beijing,em 1995, lançaram as bases para a inclusão <strong>de</strong> homens jovens e adultos em esforços voltadospara melhorar o status <strong>de</strong> mulheres jovens e adultas. O Programa <strong>de</strong> Acção da ICPD, porexemplo, busca “promover a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> género em todas as esferas da vida, incluindo a vidafamiliar e comunitária, encorajar e permitir que os homens assumam responsabilida<strong>de</strong> pelo seucomportamento sexual e reprodutivo, bem como pelos seus papéis familiares e sociais”.Também tem havido maior reconhecimento, nos últimos anos, do custo das rígidas construções<strong>de</strong> masculinida<strong>de</strong> para os homens e meninos – incluindo maiores taxas <strong>de</strong> morte por aci<strong>de</strong>nte<strong>de</strong> trânsito, suicídio e violência, em comparação às mulheres, bem como maiores taxas <strong>de</strong> uso<strong>de</strong> drogas e ingestão <strong>de</strong> álcool. Esses problemas confirmam que os homens são vulnerabilizadospelas rígidas normas sociais relativas ao que significa ser homem, e, ao mesmo tempo,vulnerabilizam também as mulheres. Nesse contexto, abordar as vulnerabilida<strong>de</strong>s dos homens,no que diz respeito ao <strong>de</strong>senvolvimento e à saú<strong>de</strong>, requer a aplicação <strong>de</strong> uma perspectiva <strong>de</strong>género ao programa. 1,2Mas, o que significa aplicar uma “perspectiva <strong>de</strong> género” no trabalho com homens?Género – em oposição a sexo – refere-se às formas pelas quais somos socializados para noscomportar, agir e vestir para sermos homens ou mulheres; é a forma como esses papéis,normalmente estereotipados, são reforçados, interiorizados e ensinados. Às vezes, achamosque a maneira como homens e meninos se comportam é “natural” – que “meninos serãomeninos”. Entretanto, as raízes <strong>de</strong> muitos comportamentos dos homens – seja a negociaçãoou não da abstinência ou do uso <strong>de</strong> preservativo com a parceira, o cuidado dos filhos ouo uso <strong>de</strong> violência contra a parceira – são encontradas no modo como esses homens sãocriados. Em muitos ambientes, homens jovens e adultos po<strong>de</strong>m apren<strong>de</strong>r que ser “homem <strong>de</strong>verda<strong>de</strong>” significa ser forte e agressivo e ter várias parceiras sexuais. Eles po<strong>de</strong>m também sercondicionados a não expressar as suas emoções e a usar a violência para resolver conflitos emanter a sua “honra”. Mudar o modo <strong>de</strong> criar e ver os homens jovens e adultos não é fácil,mas faz parte da construção <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s mais saudáveis e equitativas.1World Health Organization. 2000. What about boys? A literature review on the health and <strong>de</strong>velopment of adolescent boys. Geneva, Switzerland.2World Health Organization. 2002. World report on violence and health. Geneva, Switzerland.Envolvendo Rapazes e Homens na Transformação das Relações <strong>de</strong> Género: <strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Activida<strong>de</strong>s <strong>Educativas</strong> •Projecto Acquire/ Engen<strong>de</strong>rHealth e <strong>Promundo</strong> 200811

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