3.2. A <strong>Educação</strong> <strong>Ambiental</strong> na educação superiorA proposta <strong>da</strong> pesquisa Mapeamento <strong>da</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Ambiental</strong> em InstituiçõesBrasileiras <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> Superior: elementos para políticas públicas 18 surgiu <strong>da</strong> convergência<strong>de</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s para a elaboração tanto <strong>de</strong> diretrizes para a implementação <strong>da</strong> PolíticaNacional <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Ambiental</strong> (PNEA) quanto <strong>de</strong> estratégias para consoli<strong>da</strong>ção<strong>da</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Ambiental</strong> no âmbito <strong>da</strong> educação superior. Os <strong>da</strong>dos e informações <strong>de</strong>stapesquisa – relativas a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino, pesquisa, extensão e gestão – corroboram odiagnóstico <strong>da</strong>s limitações, contradições e <strong>de</strong>safios que as instituições acadêmicas enfrentampara li<strong>da</strong>r com os dilemas <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s contemporâneas e apontam tambémalguns caminhos a serem trilhados para a sua superação.O instrumento elaborado para coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos consistiu em um formulário comquestões abertas e fecha<strong>da</strong>s relativas aos seguintes itens: informações gerais sobre aIES; grupos <strong>de</strong> EA; ações, estruturas, programas e projetos relacionados à EA, bemcomo a i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s e dos elementos facilitadores na implementação<strong>da</strong> EA na <strong>Educação</strong> Superior e <strong>de</strong> sugestões <strong>de</strong> ações prioritárias para a formulação <strong>de</strong>políticas públicas. Enviado para cerca <strong>de</strong> 100 docentes/pesquisadores universitários <strong>da</strong>área <strong>de</strong> EA, obteve-se um retorno <strong>de</strong> 27% <strong>de</strong> formulários preenchidos. Participaram<strong>da</strong> pesquisa 14 instituições públicas e 8 priva<strong>da</strong>s, que se distribuem entre 11 estadosbrasileiros.A maioria dos informantes (70%) admite não haver, em suas instituições <strong>de</strong> origem,órgãos que centralizem e/ou coor<strong>de</strong>nem ações <strong>de</strong> EA. Entre os restantes (30%),observa-se uma gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, especialmente em matéria <strong>de</strong> atribuições e abrangência.Os resultados fazem supor que a maior parte <strong>de</strong>sses órgãos não foi cria<strong>da</strong>com o propósito explícito e abrangente <strong>de</strong> acompanhar o processo <strong>de</strong> inserção <strong>da</strong> EAno projeto geral <strong>da</strong> instituição, articulando-a com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, com os compromissossociais <strong>da</strong> universi<strong>da</strong><strong>de</strong> e com as ações concretas que realiza. De maneira geral, nãoapresentam vínculo direto com a estrutura administrativa <strong>da</strong> instituição (pró-reitoriasou diretorias).A falta <strong>de</strong> políticas públicas e institucionais é aponta<strong>da</strong> pelos informantes comoum obstáculo para a implementação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> EA nas IES. A pesquisa confirmoua tendência, em matéria <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Ambiental</strong>, <strong>da</strong> predominância <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong>intervenções sociais sobre políticas públicas. Esta tendência já havia sido observa<strong>da</strong> porCARVALHO (2004) que, na apresentação <strong>de</strong> sua pesquisa Uma leitura dos diagnósticos<strong>da</strong> EA em 5 Estados e 1 bioma do Brasil, <strong>de</strong>clara: “projetos sociais são ações muito importantespara gerar inovações e experiências-piloto. Entretanto, seguem sendo açõespontuais, no sentido <strong>de</strong> serem limita<strong>da</strong>s no tempo (curta ou média duração), <strong>de</strong> caráterinovador e complementar, mas nunca substitutivo <strong>da</strong>s políticas públicas”.AnotaçõesOs espaços e as estruturas <strong>de</strong> EA, como revela a pesquisa, são consi<strong>de</strong>radosimportantes focos para a difusão <strong>de</strong> uma cultura ambiental fora e <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> instituição.Ao mesmo tempo, a criação e manutenção <strong>de</strong>sses espaços, cujas principaisfinanciadoras são as próprias IES, refletem uma resposta <strong>de</strong>stas a uma <strong>de</strong>man<strong>da</strong> social(e setorial: escolas e empresas) que veio a se ampliar nos últimos anos, estimulando oestabelecimento <strong>de</strong> parcerias entre a universi<strong>da</strong><strong>de</strong> e órgãos governamentais, escolas ea socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil.18 BRASIL, 2006c.24CADERNOS SECAD
O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma infra-estrutura compatível com as metas <strong>de</strong> ações,projetos e programas <strong>de</strong> EA foi apontado como elemento facilitador no processo <strong>de</strong>ambientalização <strong>da</strong>s IES; por outro lado, a sua falta dificultaria a implementação dosmesmos. Assim sendo, po<strong>de</strong>-se concluir que a criação e o aparelhamento <strong>de</strong> espaços eestruturas <strong>de</strong> EA não apenas é <strong>de</strong>sejável, mas <strong>de</strong>ve tornar-se objeto privilegiado <strong>de</strong> atençãonas políticas institucionais e públicas <strong>de</strong> ambientalização <strong>da</strong> educação superior.No que diz respeito a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s formaliza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> ensino, pesquisa, extensão egestão – cursos, projetos e disciplinas – foram mapeados 29 cursos <strong>de</strong> EA, 14 <strong>de</strong> especializaçãoe 15 <strong>de</strong> extensão, indicando uma proporção equilibra<strong>da</strong> entre os dois tipos<strong>de</strong> cursos. Das 22 IES respon<strong>de</strong>ntes, 18 propuseram cursos <strong>de</strong> um ou outro tipo, representando,portanto, um tipo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> comum à maioria <strong>da</strong>s IES participantes <strong>de</strong>stapesquisa. Dos 14 cursos mencionados, 13 apresentaram o termo EA ou outros quejuntavam educação e meio ambiente (ou sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>) em seus títulos.Duas principais tendências po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>staca<strong>da</strong>s quanto às disciplinas dos cursos<strong>de</strong> especialização em EA: as volta<strong>da</strong>s exclusivamente a temas ambientais (30 em114) e as que se voltaram para a formação para a atuação no campo educacional. Alémdisso, <strong>de</strong>stacam-se algumas áreas que têm trazido importantes contribuições para ostrabalhos e pesquisas em EA, como a Sociologia e a Antropologia, as quais tiveram arepresentação numérica mais expressiva, com 10 disciplinas, significando que, no quadro<strong>da</strong> educação contemporânea, a questão ambiental vem sendo mais apreendi<strong>da</strong> naperspectiva <strong>da</strong>s ciências sociais e não apenas <strong>da</strong>s ciências naturais.A maioria do público dos cursos <strong>de</strong> extensão (53%) foi <strong>de</strong> professores/as e educadores/as<strong>de</strong> segmentos específicos (<strong>Educação</strong> Infantil, <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultose <strong>Educação</strong> Básica). Po<strong>de</strong>mos pensar que os cursos dirigidos a professores/as tenhamsido propostos <strong>de</strong> forma mais intensa a partir <strong>da</strong> publicação e inserção dos ParâmetrosCurriculares Nacionais, a partir <strong>de</strong> 1996, que introduziu <strong>de</strong> forma mais direta o temameio ambiente como um dos temas transversais no currículo escolar.Foram indicados 118 projetos propostos por 23 representantes <strong>de</strong> 19 IES, amaioria <strong>de</strong>les (57 em 87) conseguiu aliar ao menos duas <strong>de</strong>ntre as quatro ênfases, ouseja, ensino, pesquisa, extensão e gestão, indicando uma tendência <strong>de</strong> articulá-las nosprojetos <strong>de</strong> EA <strong>da</strong>s IES. A maioria dos projetos envolveu profissionais com diferentes níveis<strong>de</strong> formação, concentrando-se uma maioria <strong>de</strong> graduados a pós-graduados. Destacou-setambém na indicação dos projetos com ênfase única o gran<strong>de</strong> número <strong>da</strong>quelesvoltados exclusivamente para a pesquisa (20 em 87) que se <strong>de</strong>staca também quandoconsi<strong>de</strong>ramos a indicação isola<strong>da</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> ênfase, com um total <strong>de</strong> 102 menções (em238), conforme tabela abaixo:<strong>Educação</strong> <strong>Ambiental</strong> 25
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O valor dos projetos apresentados n
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBAUMAN,
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