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Consulta Rápida - Psicofármacos - 1Ed.pdf

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ção. Não há nenhuma informação sobre o envolvimento<br />

do citocromo P450 nos vários passos do<br />

metabolismo da fenelzina. 1, 2<br />

Inicia-se com 15 mg diários por três dias; aumentar<br />

15 mg/dia a cada três dias até atingir uma<br />

dose de 30 a 60 mg/dia (na dose de 60 mg/dia,<br />

ocorre geralmente, 80% de inibição da MAO). A<br />

dose pode ser aumentada 10 mg/semana até 50<br />

a 60 mg, sendo que 90 mg/dia é a dose máxima<br />

usualmente prescrita. Após a retirada do fármaco,<br />

deve-se ter em mente que a MAO leva cerca de 2<br />

semanas para ser desbloqueada. Nesse período,<br />

permanece o risco de interações medicamentosas<br />

e com alimentos. 1-3<br />

FARMACODINÂMICA<br />

E MECANISMOS DE AÇÃO<br />

A fenelzina é um antidepressivo inibidor não-reversível<br />

da monoaminoxidase (IMAO) hidrazínico,<br />

que inibe predominantemente a MAO tipo A (que<br />

degrada preferencialmente a serotonina e a noradre-nalina)<br />

e, em menor grau, a MAO B (que degrada<br />

a dopamina). Com essa ação, aumenta a<br />

disponibilidade de monoaminas neurotransmissoras:<br />

NE, 5HT, e DA. A fenelzina também produz<br />

um metabólito não-IMAO, a feniletildenohidrazina,<br />

que inibe a enzima degradadora do ácido<br />

γ−aminobutírico (GABA), elevando assim os níveis<br />

deste último. O aumento da concentração cerebral<br />

do GABA seria responsável em parte por<br />

ações anti-pânico, ansiolíticas e anticonvulsivantes<br />

e tornaria a fenelzina um antidepressivo de<br />

escolha para pacientes com epilepsia 1,4 . O bloqueio<br />

da MAO atinge o máximo dentro do período<br />

de 5 a 10 dias e prossegue por várias semanas<br />

(cerca de 2) após a retirada (até que novas enzimas<br />

sejam sintetizadas). Apresenta um risco um<br />

pouco menor de desencadear crises hipertensivas<br />

na presença de tiramina, sendo, entretanto, mais<br />

hepatotóxica que a tranilcipromina.<br />

Estudos mostram que apesar da reconhecida eficácia<br />

dos IMAOs para o tratamento de transtornos<br />

do humor e de ansiedade, seu uso vem declinando<br />

nas últimas 3 décadas. Os principais motivos para<br />

essa diminuição na prescrição são os efeitos colaterais<br />

temidos pelos psiquiatras como as crises<br />

hipertensivas 5 .<br />

REAÇÕES ADVERSAS<br />

E EFEITOS COLATERAIS<br />

Mais comuns: agitação, anorgasmia, aumento das<br />

transaminases hepáticas, aumento do apetite,<br />

bradicardia, cefaléia, cólica abdominal, diminuição<br />

da libido, fadiga, fraqueza, ganho de peso,<br />

hiper-reflexia, hipotensão postural, insônia/sonolência<br />

diurna, mioclonia, sedação, síndrome da<br />

fadiga ao entardecer, tonturas, vertigens.<br />

Menos comuns: abstinência, agranulocitose, boca<br />

seca, cãibras, cefaléia, ciclagem rápida, constipação,<br />

convulsão, crises hipertensivas, dano hepatocelular<br />

progressivo fatal, déficit de atenção,<br />

diarréia, edema, edema de glote, ejaculação retardada,<br />

hipernatremia, hiporreflexia, impotência sexual,<br />

icterícia, inquietude, nistagmo, mialgia, neuropatia<br />

periférica, parestesias, precipitação do<br />

glaucoma, retenção urinária, sonhos bizarros, sono<br />

agitado, sonolência, sudorese, taquicardia, tremores,<br />

virada maníaca, visão borrada.<br />

INDICAÇÕES<br />

Evidências consistentes de eficácia:<br />

• transtorno depressivo maior; 6<br />

• transtorno depressivo maior com características<br />

atípicas; 6<br />

• transtorno distímico; 7<br />

• transtorno do pânico; 3,8<br />

• fobia social. 9<br />

Evidências incompletas:<br />

• transtorno do estresse pós-traumático (sintomas<br />

intrusivos); 10<br />

• bulimia nervosa; 11<br />

• transtorno obsessivo-compulsivo. 12,13<br />

CONTRA-INDICAÇÕES<br />

Absolutas<br />

• Uso concomitante de simpaticomiméticos e<br />

inibidores da recaptação de serotonina;<br />

• cardiopatia (HAS ou risco de AVC);<br />

• primeiro trimestre de gravidez;<br />

• doença hepática ou renal;<br />

• feocromocitoma;<br />

• tireotoxicose.<br />

FENELZINA<br />

MEDICAMENTOS: INFORMAÇÕES BÁSICAS<br />

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