Consulta Rápida - Psicofármacos - 1Ed.pdf
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SERTRALINA<br />
MEDICAMENTOS: INFORMAÇÕES BÁSICAS<br />
sumivelmente a serotonina é necessária para exercer<br />
sua ação terapêutica, ela é mais tardia.<br />
Se o ISRS é administrado cronicamente, o aumento<br />
sustentado de serotonina na área somatodendrítica<br />
causa uma dessensibilização dos auto-receptores<br />
5HT1A dessa área (down regulation). Em<br />
função da sua dessensibilização, não detectam<br />
as altas quantidades de serotonina aí existentes<br />
e enviam uma mensagem para os terminais axônicos<br />
liberarem mais serotonina na fenda sináptica,<br />
desinibindo a neurotransmissão serotonérgica.<br />
Essa ativação é tardia quando comparada<br />
ao aumento de serotonina nas áreas somatodendríticas<br />
dos neurônios serotonérgicos. Esse atraso<br />
é o resultado do tempo que leva para a dessensibilização<br />
dos auto-receptores serotonérgicos<br />
5HT1A e para a desinibição do fluxo de impulsos<br />
neuronais nos neurônios serotonérgicos. O tempo<br />
despendido pode ser o responsável pela ação terapêutica<br />
não imediata dos ISRSs.<br />
Em resumo: após os ISRSs terem 1) bloqueado a<br />
bomba de recaptação de serotonina, 2) aumentado<br />
a serotonina na área somatodendrítica, 3) dessensibilizado<br />
os auto-receptores 5HT1A, 4) desinibido<br />
o fluxo de impulsos neuronais, e 5) aumentado<br />
a liberação de serotonina nos terminais<br />
axônicos, o passo final é 6) a dessensibilização<br />
dos receptores serotonérgicos pós-sinápticos. Essa<br />
dessensibilização pode contribuir tanto para a<br />
ação terapêutica dos ISRSs como para o desenvolvimento<br />
de tolerância a esses medicamentos. 19<br />
Não bloqueia a recaptação da NE e da DA. Bloqueia<br />
em grau mínimo receptores dopaminérgicos,<br />
serotonérgicos, α e β adrenérgicos, muscarínicos<br />
(colinérgicos) e H1. Não atua sobre a MAO.<br />
Devido a seus efeitos serotonérgicos, causa diminuição<br />
do apetite e do sono e disfunções sexuais.<br />
Um estudo observou que a sertralina provoca menos<br />
retardo na ejaculação do que a paroxetina.<br />
Parece não alterar a arquitetura do sono em pacientes<br />
com depressão maior. Não produz nenhum<br />
efeito mensurável sobre o eletrocardiograma,<br />
causando menos hipotensão que os tricíclicos.<br />
19<br />
REAÇÕES ADVERSAS<br />
E EFEITOS COLATERAIS<br />
Mais comuns: boca seca, cefaléia, diarréia, dor<br />
epigástrica, fadiga, fezes amolecidas, insônia,<br />
náuseas, sonolência, sedação, sudorese, tonturas,<br />
tremores.<br />
Menos comuns: acatisia, agitação, ansiedade, astenia,<br />
aumento do apetite, alteração da função<br />
hepática, alopecia, anorgasmia, calorões, cefaléia,<br />
ciclagem rápida, cólicas abdominais, constipação,<br />
diminuição do apetite, diminuição da libido, distonia,<br />
ejaculação retardada, hiponatremia, indução<br />
de gagueira, insônia, perda de cabelo, perda<br />
de peso, prurido, rash cutâneo, retenção urinária,<br />
síndrome da secreção inadequada do hormônio<br />
antidiurético, sudorese, tremores, vertigem, virada<br />
maníaca, mialgia, visão borrada.<br />
INDICAÇÕES<br />
Evidências consistentes de eficácia:<br />
• depressão maior; 4-6<br />
• distimia; 7<br />
• transtorno obsessivo-compulsivo; 9,10<br />
• estresse pós-traumático (FDA); 11,12<br />
• transtorno de pânico; 13<br />
• fobia social; 14,15<br />
• ansiedade generalizada; 16<br />
• episódio depressivo de transtorno bipolar do<br />
humor.<br />
Evidências incompletas:<br />
• comer compulsivo; 20<br />
• síndrome de tensão pré-menstrual; 21,22<br />
• depressão maior em pacientes com doença de<br />
Alzheimer. 23<br />
CONTRA-INDICAÇÕES<br />
• Uso concomitante com inibidores da monoaminoxidase<br />
(IMAOs);<br />
• hipersensibilidade à droga.<br />
INTOXICAÇÃO<br />
Sintomas: confusão, ataxia, falta de coordenação<br />
motora, hipo ou hipertensão, convulsões, arritmia,<br />
síndrome serotonérgica, coma, midríase.<br />
É uma droga com bom nível de segurança em superdose.<br />
Pacientes sobrevivem ingerindo doses de<br />
7,5 a 9,2 g. Em casos de intoxicação, recomendase<br />
lavagem gástrica (nas primeiras 12 horas).<br />
Pela forte afinidade de ligação a proteínas plasmáticas,<br />
a hemodiálise é ineficaz.<br />
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