Consulta Rápida - Psicofármacos - 1Ed.pdf
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AMITRIPTILINA<br />
MEDICAMENTOS: INFORMAÇÕES BÁSICAS<br />
tre de gestação com o surgimento de malformações<br />
em membros (redução do tamanho). No entanto,<br />
estudos em grandes populações e uma meta-análise<br />
recente concluíram que não existe uma<br />
relação significativa entre o uso de tricíclicos e<br />
essas malformações. Nenhum estudo demonstrou<br />
uma associação significativa entre amitriptilina e<br />
malformações congênitas. 9 Como regra geral, deve-se<br />
evitar seu uso no primeiro trimestre. Em caso<br />
de depressões graves, deve-se avaliar sempre a<br />
relação do risco/benefício. É importante lembrar<br />
ainda que, nessas circunstâncias, a eletroconvulsoterapia<br />
é uma opção relativamente segura<br />
e efetiva, especialmente em depressões com sintomas<br />
psicóticos.<br />
O recém-nascido cuja mãe usou antidepressivos<br />
tricíclicos pode apresentar, por alguns dias, irritabilidade,<br />
hiperidrose, taquipnéia, taquicardia e<br />
cianose. Por essa razão, devem ser interrompidos<br />
antes do parto (2 a 3 semanas).<br />
Existem relatos de síndrome de retirada que indicam<br />
irritabilidade, taquicardia, convulsões, hipotonia,<br />
dificuldade respiratória em recém-nascidos<br />
de mães expostas a antidepressivos tricíclicos.<br />
Também podem ocorrer sintomas anticolinérgicos,<br />
como obstrução intestinal e retenção urinária.<br />
Não foi observada nenhuma relação entre o uso<br />
de antidepressivos tricíclicos e o déficit no desenvolvimento<br />
neuropsicomotor (Categoria D do FDA).<br />
Lactação<br />
Relatos e estudos mostram que a presença de antidepressivos<br />
tricíclicos e/ou de seus metabólitos<br />
ativos é baixa no leite materno, sendo muitas vezes<br />
indetectável 10 . A amitriptilina é considerada<br />
um fármaco seguro durante a lactação.<br />
Crianças<br />
Os tricíclicos têm sido utilizados na infância no<br />
controle da enurese noturna e no do transtorno<br />
de déficit de atenção/hiperatividade. O relato de<br />
mortes súbitas em crianças que fazem uso de tricíclicos<br />
(em especial, desipramina) faz com que<br />
se tome o máximo de cuidado ao prescrevê-los,<br />
sobretudo em virtude de seus efeitos cardíacos.<br />
Por essas razões, é recomendável realizar um monitoramento<br />
cuidadoso em crianças (até 16 anos),<br />
principalmente se houver história familiar de cardiopatias<br />
e/ou morte súbita.<br />
• Fazer uma avaliação cardiológica prévia com<br />
ECG basal.<br />
• Realizar novo ECG a cada aumento da dose e<br />
novo ECG quando for atingida a dose máxima.<br />
• Utilizar como limites os seguintes parâmetros<br />
do ECG:<br />
– intervalo PR menor ou igual a 0,21 segundos;<br />
– intervalo QRS menor ou igual a 0,12 segundos<br />
ou 30% maior que o intervalo QRS do<br />
ECG basal;<br />
– intervalo QTC menor ou igual a 0,450 segundos.<br />
Se esses limites forem ultrapassados, consultar<br />
um cardiologista pediátrico.<br />
Recomenda-se também monitoramentos rotineiros<br />
da pressão arterial, levando-se em conta os<br />
seguintes critérios:<br />
• aumento máximo de 20 batimentos por minuto;<br />
• pressão sistólica: 130 mmHg;<br />
• pressão diastólica: 85 mmHg.<br />
O ajuste das doses pode ser mais difícil em adolescentes<br />
e crianças do que em adultos, devido a<br />
uma depuração mais rápida.<br />
As doses iniciais são de 10 ou 25 mg (em torno<br />
de 1 mg/kg) conforme o peso da criança, aumentando<br />
em 20 ou 30% a dose a cada 4 a 5 dias.<br />
Quando forem atingidas doses diárias de 3 mg/<br />
kg, deveriam ser determinados os níveis séricos<br />
em estado de equilíbrio (uma semana) e realizar<br />
novo ECG. Se o paciente tolera bem o medicamento<br />
e seus efeitos colaterais, e se não houver indícios<br />
de alterações no ECG, pode haver um novo<br />
aumento de 20 a 30% da dose a cada 2 semanas,<br />
lembrando que, em cada aumento, deve ser realizada<br />
a rotina recém-descrita.<br />
As dosagens séricas são importantes já que parece<br />
haver correlação entre níveis acima de 250 μg/<br />
mL e a ocorrência das complicações cardíacas, como<br />
prolongamento do tempo de condução e aumento<br />
na pressão diastólica (diferente do que<br />
ocorre no adulto, quando pode ocorrer hipotensão<br />
postural).<br />
Idosos<br />
Evitar o uso da amitriptilina em idosos, pois é uma<br />
substância altamente hipotensora. Os efeitos anticolinérgicos<br />
centrais podem provocar estados<br />
de confusão, sobretudo em pacientes que têm<br />
algum grau de demência, eventualmente delirium,<br />
ou agravar problemas cardíacos ou de próstata.<br />
Esse risco é aumentado pelo uso freqüente<br />
de mais de um fármaco nessa faixa etária. Se houver<br />
necessidade de usar tricíclicos, preferir a nortriptilina.<br />
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