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Consulta Rápida - Psicofármacos - 1Ed.pdf

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FARMACOCINÉTICA<br />

E MODO DE USAR<br />

A metadona é rapidamente absorvida por via oral,<br />

alcançando concentrações plasmáticas em 30 minutos,<br />

sendo que o pico é alcançado em 4 horas.<br />

A taxa de ligação às proteínas plasmáticas é de<br />

85%. A metadona tende a se depositar nos tecidos<br />

depois de repetidas doses, sendo liberada gradualmente,<br />

o que é responsável por sua meia-vida<br />

longa: de 12 a 18 horas.<br />

É metabolizada no fígado por desmetilação e ciclização<br />

sem conjugação. A excreção se dá por via<br />

renal e biliar, sendo alguma quantidade eliminada<br />

sem metabolização. Seus metabólitos são inativos.<br />

Usada na dependência de opióides para desintoxicação<br />

e terapia de manutenção, 1-4 é um analgésico<br />

potente, sendo, portanto utilizado para o tratamento<br />

da dor. 5<br />

Na síndrome de abstinência dos pacientes dependentes<br />

de opióides, como a heroína, a dose de<br />

metadona varia de acordo com a intensidade dos<br />

sintomas de privação (diarréia, coriza, lacrimejamento,<br />

dores musculares). Pode-se iniciar com<br />

uma dose de 10 mg até alcançar um total de 15<br />

a 40 mg ao dia VO, com a estabilização do quadro<br />

em torno de 24 a 48 horas. Segue-se uma diminuição<br />

gradual da dose em torno de 5 mg ao dia,<br />

até que não seja mais necessária essa substituição<br />

(alívio dos sintomas de abstinência). O uso IM deve<br />

ser feito apenas em pacientes impossibilitados<br />

de ingerir o medicamento na mesma dose recémdescrita.<br />

A completa desintoxicação pode durar<br />

de 7 a 14 dias.<br />

No tratamento da dependência de opióides com<br />

manutenção pela metadona, o que caracteriza<br />

uma terapia de substituição em longo prazo, as<br />

doses variam de 60 a 120 mg ao dia VO. Um esquema<br />

preconizado é o de iniciar com 30 mg VO<br />

ao dia com possibilidade de uma dose extra de<br />

10 mg se ocorrerem sintomas de privação. Na<br />

continuação do tratamento, aumenta-se 10 mg<br />

a cada 2 ou 3 dias até alcançar a dose ótima para<br />

a manutenção. Nesse tipo de tratamento, conhecido<br />

como programa de manutenção com metadona,<br />

as doses do medicamento são utilizadas<br />

de maneira supervisionada pela equipe técnica<br />

para evitar o abuso, a comercialização e o uso<br />

ilícito.<br />

A metadona é um analgésico potente e, portanto,<br />

utilizado para o tratamento da dor aguda, nas<br />

doses de 2,5 a 10 mg a cada 3 a 4 horas.<br />

Obs.: Está liberado pelo FDA, desde 1993, um agonista<br />

opióide sintético estruturalmente semelhante<br />

à metadona para o tratamento de manutenção<br />

da dependência de opióides. Trata-se do LAAM<br />

(levo-alfa-acetil-metadol), que apresenta como diferencial<br />

uma meia-vida mais prolongada que a<br />

da metadona, e o fato de possuir metabólitos ativos,<br />

o que permite o uso em dias alternados ou<br />

em 3 vezes por semana nos programas de manutenção.<br />

FARMACODINÂMICA<br />

E MECANISMOS DE AÇÃO<br />

A metadona é um agonista opióide sintético com<br />

ação farmacológica semelhante à da morfina, provocando<br />

efeitos como sedação e analgesia.<br />

Na síndrome de abstinência de opióides, a metadona<br />

é uma droga de escolha para substituição,<br />

devido à sua meia-vida longa e à facilidade de<br />

uso (apresentação oral e injetável), o que permite<br />

uma desintoxicação tranqüila e segura.<br />

Nos programas de reabilitação para pacientes dependentes<br />

de opióides, a metadona age como<br />

um substituto para a droga de abuso, a heroína,<br />

enquanto o paciente, por meio de tratamentos<br />

associados, muda seu estilo de vida com algumas<br />

vantagens, como a redução do uso de opióides<br />

ilícitos, da criminalidade, da morbidade e da mortalidade<br />

relacionadas ao uso de droga injetável,<br />

inclusive a infecção pelo HIV, entre outros.<br />

O seu emprego para o tratamento da dor devese<br />

ao fato de ser um agonista opióide com grande<br />

potencial analgésico, equivalente ao da morfina,<br />

sendo superior a esta pela meia-vida mais longa.<br />

É utilizada nos casos refratários aos analgésicos<br />

não-opióides.<br />

REAÇÕES ADVERSAS<br />

E EFEITOS COLATERAIS<br />

Mais comuns: dependência, depressão respiratória,<br />

delirium, náuseas, sedação, sudorese e tonturas.<br />

Menos comuns: agitação, anorexia, boca seca,<br />

bradicardia, cefaléia, constipação, desmaio, desorientação,<br />

disforia, distúrbios visuais, edema, euforia,<br />

fraqueza, impotência, insônia, palpitação,<br />

prurido, redução da libido, retenção urinária, rubor<br />

facial, trombocitopenia e urticária.<br />

METADONA<br />

MEDICAMENTOS: INFORMAÇÕES BÁSICAS<br />

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