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Consulta Rápida - Psicofármacos - 1Ed.pdf

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CLOBAZAM<br />

MEDICAMENTOS: INFORMAÇÕES BÁSICAS<br />

to ansiolítico um pouco superior ao do diazepam.<br />

Tal efeito é obtido com doses de 30 a 80 mg diários,<br />

equivalendo aproximadamente à metade da<br />

dose do diazepam. Inicia-se com 5 mg/dia, aumentando-se<br />

a dose até 15 a 60 mg/dia. A dose<br />

máxima em ambiente hospitalar pode ser de até<br />

120 mg/dia; porém, alguns autores sustentam<br />

que doses acima de 20 mg não aumentam a eficácia.<br />

Em pacientes idosos e em indivíduos com insuficiência<br />

renal, respiratória ou hepática, recomenda-se<br />

uma dose menor, de 10 a 15 mg/dia.<br />

Um ensaio clínico controlado verificou a eficácia<br />

do clobazam no tratamento agudo (3 semanas)<br />

do transtorno de ansiedade generalizada, semelhante<br />

ao lorazepam. As doses utilizadas foram<br />

de 30 mg/dia 5 . Foi ainda verificada a eficácia do<br />

clobazam no tratamento dos sintomas da síndrome<br />

de abstinência ao alcoolismo na fase aguda 6 .<br />

Esses são, entretanto, estudos isolados.<br />

O clobazam é utilizado ainda no tratamento da<br />

epilepsia, tendo sido verificada sua eficácia tanto<br />

em monoterapia, como coadjuvante no tratamento<br />

de epilepsia refratária. É eficaz em reduzir a<br />

freqüência de convulsões epilépticas, principalmente<br />

na terapia refratária, tendo um rápido inicio<br />

de ação e boa tolerância 7-14 . Podem ocorrer<br />

convulsões se a retirada for abrupta, razão pela<br />

qual se recomenda uma retirada gradual. A principal<br />

desvantagem é o desenvolvimento de tolerância<br />

que ocorre em mais de 30% dos pacientes<br />

(fenômeno, aliás, imprevisível). A dose recomendada<br />

no tratamento adjunto da epilepsia é de 20<br />

a 30 mg à noite, iniciando se possível com 10<br />

mg. A dose média de clobazam utilizada em um<br />

estudo foi de 0,87 mg/kg por dia (faixa de 0,05 a<br />

3,8 mg/kg por dia ) em adultos, de 30 mg/dia<br />

(faixa de 2,5 a 150 mg/dia), em doses de 10 a 60<br />

mg 13 . A dose recomendada para o tratamento da<br />

epilepsia em adultos é de 0,5 mg/kg/dia.<br />

Estudos recentes têm revelado que o clobazam,<br />

em crianças, é tão eficiente quanto a carbamazepina<br />

e a fenitoína para epilepsias parciais, parciais<br />

com generalização posterior, e em algumas formas<br />

tônico-clônicas primárias generalizadas, sem<br />

ausência ou mioclonia. Desenvolve, entretanto,<br />

tolerância em 7,5% dos pacientes 11 .<br />

FARMACODINÂMICA<br />

E MECANISMOS DE AÇÃO<br />

O ácido γ-amino-butírico (GABA) é o principal neurotransmissor<br />

inibitório do SNC. O clobazam potencializa<br />

o efeito inibitório desse neurotransmissor,<br />

modulando a atividade dos receptores GABA<br />

A por meio da sua ligação com seu sítio específico<br />

(receptores benzodiazepínicos). Essa ligação altera<br />

a conformação desses receptores, aumentando<br />

a afinidade do GABA com seus próprios receptores<br />

e a freqüência da abertura dos canais de cloro,<br />

cuja entrada no neurônio é regulada por este neurotransmissor,<br />

provocando hiperpolarização da<br />

célula. O resultado dessa hiperpolarização é um<br />

aumento da ação gabaérgica inibitória do SNC 15 .<br />

Supunha-se que o sítio de ligação do receptor BZD<br />

fosse uma molécula inteiramente diferente da<br />

molécula do receptor GABA A; mas atualmente<br />

considera-se que seja a mesma molécula, apenas<br />

em um local diferente 15 .<br />

REAÇÕES ADVERSAS<br />

E EFEITOS COLATERAIS<br />

Mais comuns: diminuição da atenção, fadiga, impulsividade,<br />

irritabilidade, sedação, sonolência.<br />

Menos comuns: agitação, agressividade, alteração<br />

da função hepática, amnésia anterógrada, anorgasmia,<br />

ansiedade de rebote, boca seca, bloqueio<br />

da ovulação, bradicardia, cólica abdominal, constipação,<br />

convulsões, déficit cognitivo, déficit de<br />

memória, dependência, depressão, desinibição,<br />

despersonalização, desrealização, diminuição do<br />

apetite, diminuição da libido, diplopia, disartria,<br />

disforia, distonia, dor nas articulações, ganho de<br />

peso, gosto metálico, hipersensibilidade a estímulos,<br />

hiperacusia, hipotonia, icterícia, irritabilidade,<br />

impotência, inquietude, impulsividade, insônia de<br />

rebote, náuseas, parestesias, perda do apetite, pesadelos,<br />

prurido, relaxamento muscular, retenção<br />

urinária, sudorese, tonturas, vertigens, visão borrada,<br />

vômitos.<br />

INDICAÇÕES<br />

Evidências consistentes de eficácia:<br />

• ansiedade aguda;<br />

• crises parciais complexas ou crises motoras focais<br />

com posterior generalização 7 ;<br />

• crises mioclônicas juvenis 11,14 ;<br />

• como fármaco coadjuvante em pacientes epilépticos<br />

refratários aos fármacos tradicionais<br />

8,9,13 .<br />

70

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