Consulta Rápida - Psicofármacos - 1Ed.pdf
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DOXEPINA<br />
MEDICAMENTOS: INFORMAÇÕES BÁSICAS<br />
112<br />
Evidências incompletas:<br />
• distimia; 4<br />
• insônia primária; 5 ;<br />
• dor crônica; 6<br />
• em pacientes com úlcera péptica duodenal, devido<br />
à sua ação sobre os receptores H1 e H2; 7<br />
• como antipruriginoso. 8,9<br />
CONTRA-INDICAÇÕES<br />
Absolutas<br />
• Infarto agudo do miocárdio recente (3 a 4 semanas);<br />
• prostatismo ou retenção urinária;<br />
• íleo paralítico;<br />
• bloqueio de ramo;<br />
• em pacientes hipersensíveis ao medicamento.<br />
Relativas<br />
• Uso concomitante de IMAOs;<br />
• outras alterações na condução cardíaca;<br />
• insuficiência cardíaca congestiva;<br />
• gravidez/lactação;<br />
• convulsões;<br />
• glaucoma de ângulo estreito;<br />
• pacientes com patologia da tireóide (hipertireoidismo<br />
ou hipotireoidismo, usando T3 ou<br />
T4), por aumento da possibilidade de efeitos<br />
cardiotóxicos.<br />
INTOXICAÇÃO<br />
A intoxicação aguda caracteriza-se por breve fase<br />
de excitação e inquietude, seguida de sonolência,<br />
confusão, torpor, ataxia, nistagmo, disartria, midríase,<br />
alucinações, delirium, contraturas musculares,<br />
íleo paralítico, convulsões tônico-clônicas,<br />
podendo evoluir rapidamente para o coma, muitas<br />
vezes com depressão respiratória, hipoxia, hiporreflexia,<br />
hipotermia, hipotensão e arritmias (taquicardia<br />
ventricular, fibrilação atrial, bloqueios<br />
e extrasístoles), podendo ocorrer óbito.<br />
Doses maiores que 1 g são geralmente tóxicas,<br />
sendo as maiores que 2 g potencialmente letais.<br />
A toxicidade deriva dos efeitos do tipo quinidina.<br />
Manejo<br />
• Interromper o uso da doxepina e, dependendo<br />
da gravidade, internar em um serviço de emergência.<br />
As primeiras 6 horas são as mais críticas;<br />
se não ocorrerem alterações de consciência,<br />
do ECG, hipotensão ou convulsões, o paciente<br />
pode ser transferido para uma unidade<br />
psiquiátrica.<br />
• Evitar uso de antipsicóticos (exceto para agitação<br />
intensa), pois eles podem aumentar o estado<br />
de confusão em vez de atenuá-lo.<br />
• Induzir o vômito ou fazer lavagem gástrica se<br />
a ingestão for recente.<br />
• Monitorar funções vitais (incluindo ECG) por<br />
alguns dias, completando o exame físico.<br />
• Fazer exames laboratoriais e solicitar dosagem<br />
sérica de tricíclicos.<br />
• A neostigmina (Prostigmine ® ) pode ser utilizada.<br />
É contra-indicada em casos de coma, convulsões<br />
ou arritmias cardíacas graves. Usar 1 a<br />
2 mg, EV, lento, a cada 30 a 60 minutos; ou 1<br />
a 2 mg, IM, a cada 60 minutos.<br />
• Caso haja hipotensão, manter o paciente em<br />
decúbito elevando as pernas.<br />
• Se ocorrerem convulsões, usar diazepam EV.<br />
• Em caso de arritmias ventriculares, administrar<br />
lidocaína, propranolol ou fenitoína.<br />
SITUAÇÕES ESPECIAIS<br />
Gravidez<br />
Alguns estudos retrospectivos e relatos de casos<br />
associaram o uso de tricíclicos no primeiro trimestre<br />
de gestação com o surgimento de malformações<br />
em membros (redução do tamanho). No entanto,<br />
estudos em grandes populações e uma meta-análise<br />
recente concluíram que não há associação<br />
significativa entre o uso de tricíclicos e essas<br />
malformações. 10 Não existem estudos que indiquem<br />
teratogenicidade da doxepina, seja em humanos<br />
ou em animais, embora não esteja comprovado<br />
que seu uso seja seguro na gravidez.<br />
Existem relatos de síndrome de retirada com irritabilidade,<br />
convulsões, hipotonia, taquipnéia, taquicardia,<br />
cianose, dificuldade respiratória e de<br />
sucção em recém-nascidos de mães expostas a<br />
antidepressivos tricíclicos. Não há associação entre<br />
o uso de antidepressivos tricíclicos e o déficit<br />
no desenvolvimento neuropsicomotor.<br />
Lactação<br />
Relatos e estudos apontam que a presença de antidepressivos<br />
tricíclicos e/ou seus metabólitos ativos<br />
é baixa no leite materno. Alguns estudos, entretanto,<br />
demonstram que o metabólito ativo da<br />
doxepina possui uma meia-vida longa e está associado<br />
com acúmulo no lactente, sonolência e depressão<br />
respiratória. Caso seu uso seja indispensável,<br />
suspender o aleitamento 11 .