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Somos Semeadores: estratégias identitárias na Escola Normal Sarah

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ficar com a turma <strong>na</strong> escola. Bom aí, você vê quantos professores ainda tinha que<br />

não eram de Campo Grande porque muitos não passavam para o Carmela Dutra.<br />

Assim no ano de 1957, ela é procurada pelo vereador Miécimo da Silva:<br />

Na Venezuela, no momento já havia um número razoável de professoras de Campo<br />

Grande, porque abriu o Carmela 45 , agora que entra o <strong>Sarah</strong>, [...] o Miécimo<br />

conseguiu a criação da <strong>Escola</strong> <strong>Normal</strong> <strong>Sarah</strong> Kubitschek, foi criação dele, quando<br />

saiu publicado não tinha lugar para funcio<strong>na</strong>r o colégio. Ele foi até mim e falou: “-<br />

Professora J, não tenho lugar para funcio<strong>na</strong>r o colégio”. Ele percebeu, todo mundo<br />

percebia, ele talvez ele não percebesse este detalhe, do trabalho que você fazia com<br />

o professor e quando ele estava pronto, para continuar ele saía, aquilo que você fez<br />

outro iria colher os frutos, isto não dava para ele perceber não é? Aí então ele veio:<br />

“Professora não há lugar para a escola funcio<strong>na</strong>r a senhora nos acolhe?” E eu:<br />

“Claro!” Porque a Venezuela [...] tem um prédio e depois eles fizeram um anexo<br />

sobre pilotis, com quatro salas com entrada independente mas também tem ligação<br />

com o prédio, e aí eu, eu cedo quatro salas, transformo a escola em três turnos<br />

porque eu não vou prejudicar meus alunos, nem a oferta, porque se eu cedesse<br />

quatro salas eu não poderia receber alunos novos, em três turnos eu não prejudico<br />

meus alunos.<br />

Nos arquivos da escola encontra-se um documento intitulado “Pequeno Histórico do<br />

Instituto de Educação <strong>Sarah</strong> Kubitschek”, cujos parágrafos iniciais informam que a escola foi<br />

criada a partir do projeto de Lei nº 906, que criava a <strong>Escola</strong> <strong>Normal</strong> de Campo Grande, de<br />

autoria do vereador Miécimo da Silva, e que foi aprovada <strong>na</strong> Câmara a 16 de dezembro de<br />

1957. Os artigos desta lei a que tivemos acesso 46 , parecem confirmar as informações de nossa<br />

entrevistada. É digno de nota o artigo 13, por tratar da permanência dos futuros professores <strong>na</strong><br />

própria região da escola:<br />

Todas as diplomadas 47 pela nova <strong>Escola</strong> <strong>Normal</strong> terão que lecio<strong>na</strong>r nos atuais 23º,<br />

24º,25º, 26º, 27º, 28º, 29º, 30º Distritos Educacio<strong>na</strong>is, por espaço de tempo não<br />

inferior a 5 (cinco) anos 48 .<br />

Já a resolução n º 3 do Diário Municipal, de 29/01/1959, instala provisoriamente, <strong>na</strong><br />

<strong>Escola</strong> Venezuela, a <strong>Escola</strong> <strong>Normal</strong> <strong>Sarah</strong> Kubitschek. A escola só passou a funcio<strong>na</strong>r,<br />

portanto, no ano de 1959, pois, no ano seguinte, seria deslocada para sede própria <strong>na</strong> rua<br />

Augusto de Vasconcelos, em um prédio adaptado pelo governo do estado para abrigar as<br />

normalistas e os alunos do Jardim de Infância experimental. Curiosamente, se tratava de um<br />

45<br />

Instituto de Educação Carmela Dutra<br />

46<br />

Em anexo<br />

47<br />

Ape<strong>na</strong>s no ano de 1962 foram admitidos rapazes <strong>na</strong> escola como explicitaremos a seguir.<br />

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