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Somos Semeadores: estratégias identitárias na Escola Normal Sarah

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<strong>na</strong>s relações entre política e educação primária, o que contribuiu para o surgimento da<br />

Imprensa pedagógica <strong>na</strong> Corte. Esta funcionou como espaço para os debates entre os<br />

docentes, as autoridades administrativas e a sociedade. Mesmo, enfatizando, que podem ser<br />

percebidos embates e conflitos internos ao grupo de docentes, – o que inclusive se traduz <strong>na</strong><br />

existência de diferentes publicações pedagógicas no período – Schueler insiste no fato de que<br />

os periódicos foram um elemento de suma importância para consolidar um spirits de corps<br />

para os professores . A partir de então, os professores iniciaram uma série de “diálogos”<br />

travados entre docentes e entre estes e o Estado. Os professores passaram a debater questões<br />

relativas ao ensino, como o direito à educação, o sentido da escola para a educação popular. e<br />

as condições de trabalho que enfrentavam, entre outras.<br />

Cumpre destacar que mesmo antes do surgimento do Instrução Pública, um fato<br />

notório marcou esta presença pública dos professores como pessoas a quem cabia discutir os<br />

problemas da sociedade. Trata-se do Manifesto dos Professores Primários de 1871. O<br />

manifesto assi<strong>na</strong>do pelo professor Manoel José Pereira Frazão, em nome de outros trinta e<br />

cinco professores, no qual acreditamos encontrar indícios das transações <strong>identitárias</strong><br />

subjetivas. Iniciava-se com as seguintes palavras:<br />

“Quando uma sociedade se sente abalada em seus alicerces pela corrupção, que tudo<br />

tem invadido, quando a descrença nos homens e <strong>na</strong>s cousas é geral como acontece<br />

entre nós, a salvação da pátria só pode depender do apelo as inteligências ainda<br />

tenras das gerações novas” (Lemos, 2004 ,p. 3)<br />

O Manifesto, era uma resposta ao relatório de 1868, assi<strong>na</strong>do pelo conselheiro Paulino<br />

Soares de Souza. Neste documento, o conselheiro afirmava que “[...] as condições da<br />

instrucção primaria nessa corte estão ainda longe de satisfazer as necessidades sociaes [e que<br />

se tanto ocorria era] por falta de bons professores”. Frazão, falando em nome da classe,<br />

sustentava que os professores,<br />

[...] classe talvez a mais importante dos servidores do estado, vive oprimida,<br />

ludibriada, escarnecida, e o que mais é humilhada pela injustiça em que os poderes<br />

do estado a apelidão constantemente de ignorante (...) não há ministro novo que não<br />

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