Somos Semeadores: estratégias identitárias na Escola Normal Sarah
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Francisco Caldeira de Alvarenga era herdeiro da fazenda Grumarim, atualmente<br />
conhecida como Grumari. Este político era conhecido pelo revelador apelido de “Sinhosinho”<br />
e parece ter tido um cuidado especial com a construção de sua imagem. Uma de suas<br />
descendentes nos cedeu um pequeno livro, publicado <strong>na</strong> década de 1950 por seu avô,<br />
intitulado “Origem da posse e Domínio das Terras de Grumarim hoje de propriedade de<br />
Francisco Caldeira de Alvarenga”. Nesta publicação, percebemos uma grande preocupação<br />
para com a legitimação da propriedade de suas terras – ao que parece, ameaçada por<br />
questio<strong>na</strong>mentos de herdeiros de outros ramos familiares – por meio de uma descrição<br />
minuciosa dos trâmites legais que atestavam a legitimidade da mesma. Além disso, há um<br />
nítido cuidado com o e<strong>na</strong>ltecimento da beleza da região, aliado ao desvelo em se reiterar a<br />
importância do passado – da região e de sua família – e o futuro de glórias que a região,<br />
segundo ele, conheceria.<br />
Manter vivo o passado da família parece ser um cuidado que ele passou para seus<br />
herdeiros. Por meio de sua neta pudemos ter acesso a um rico acervo documental, que inclui<br />
cartas, fotos, reportagens de jor<strong>na</strong>l. Um de seus sobrinhos, Dílson Caldeira de Alvarenga,<br />
além de ter sido político proeminente tornou-se escritor. Algumas de suas obras abordam, em<br />
vários momentos, o passado glorioso da família. Observemos a figura 7:<br />
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