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Somos Semeadores: estratégias identitárias na Escola Normal Sarah

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principalmente, de ônibus, exerceram papel fundamental no processo de aproximação entre a<br />

zo<strong>na</strong> urba<strong>na</strong> e a zo<strong>na</strong> rural. De acordo com Santos (2005), a expansão da malha ferroviária<br />

teria origi<strong>na</strong>do os núcleos populacio<strong>na</strong>is no subúrbio e <strong>na</strong> zo<strong>na</strong> rural, mas foram os bondes os<br />

responsáveis pelo “trabalho de costura” desses núcleos; foram eles os maiores responsáveis<br />

pela estruturação do tecido urbano da cidade.<br />

Com a expansão das vias de comunicação, a região passou a atrair os empreendedores<br />

imobiliários. Lentamente, consolidava-se um mercado efetivo de compra e venda de terras<br />

que se desti<strong>na</strong>va à construção de loteamentos. Aquelas localidades viveram um boom de<br />

especulação imobiliária; <strong>na</strong> qual os grandes proprietários – ou pessoas que se diziam<br />

proprietários legítimos – passaram a ameaçar os pequenos lavradores, dando início a conflitos<br />

de terra que se estendem de 1945 a 1964. Os lavradores da região começaram a se organizar<br />

em torno de Ligas Camponesas com o apoio do Partido Comunista Brasileiro. Instituída a<br />

ilegalidade do Partido, a luta passa a se concentrar em torno de associações, como a<br />

Associação de Lavradores da Fazenda Coqueiros (ALFC), criada em 1951. Esta abrangeu<br />

movimentos como: Ocupação de escadarias e galerias da Câmara Municipal, das escadarias<br />

da Assembléia Estadual e encontro com políticos. Nessas ocasiões, eram feitas entregas de<br />

memoriais, pedidos de desapropriação, denúncias de violências cometidas por “grileiros” etc.<br />

Iniciativas semelhantes eram realizadas quando da ida de representantes das comunidades às<br />

redações de jor<strong>na</strong>is.<br />

Como dissemos anteriormente, nosso sertão “crescera”, mas não “aparecera”, ou<br />

melhor, não aparecera de uma forma que, acreditamos, fosse condizente com as pretensões<br />

dos políticos locais .Cremos que para “Sinhozinho”, não deveria ser motivo de júbilo perceber<br />

o vulto que os conflitos de terra tomavam <strong>na</strong> região, fazendo inclusive que a região fosse<br />

41 De 1950 a 1960 a região dobra sua população sendo a região que mais cresceu nesse período.<br />

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