15.04.2013 Views

Somos Semeadores: estratégias identitárias na Escola Normal Sarah

Somos Semeadores: estratégias identitárias na Escola Normal Sarah

Somos Semeadores: estratégias identitárias na Escola Normal Sarah

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

edemocratização em nosso país – como marco da consagração de uma imagem pejorativa do<br />

magistério –, a autora me levou a novas indagações: Que efeitos os anos de regime autoritário<br />

poderiam ter tido sobre o exercício da profissão docente? Seria este período, realmente, uma<br />

espécie de divisor de águas <strong>na</strong> forma como esta profissão era vista pela sociedade?<br />

Creio que uma das associações mais freqüentes que se faz ao pensar o regime militar<br />

brasileiro é a de que nele houve uma acentuada limitação da possibilidade de atividade<br />

política. Pensar esta esfera de atuação política, e perceber como ela então se apresentava aos<br />

docentes poderia ser um primeiro ponto de partida para tentar compreender a perda de<br />

prestígio dos professores, considerando-se que ele realmente tenha existido-.<br />

Foi munida deste tipo de inquietações – difusas e, em grande parte, escoradas por<br />

simples evocações de memória – que passei a freqüentar a prática de pesquisa “Intelectuais,<br />

Estado e Educação”, esperando que esta discipli<strong>na</strong> pudesse de alguma forma refi<strong>na</strong>r minhas<br />

indagações.<br />

Um dos primeiros textos indicados nesta discipli<strong>na</strong>, foi para mim impactante já desde<br />

seu título; “Os professores como intelectuais” (Giroux, 1997). Reportando-se a outro tempo e<br />

lugar – os Estados Unidos já em fins do século XX –, o autor critica o que chama de<br />

“racio<strong>na</strong>lidades tecnocráticas e instrumentais “ e suas ”pedagogias de gerenciamento”. A<br />

estas, Giroux (1997, p. 161) contrapõe seu conceito de “professores como intelectuais<br />

transformadores”, ao buscar “uma forma de repensar e reestruturar a <strong>na</strong>tureza da atividade<br />

docente”. Giroux (1997, p. 161) enfatiza que:<br />

[...] a categoria intelectual é útil de diversas maneiras. Primeiramente ela oferece<br />

uma base teórica para exami<strong>na</strong>r-se a atividade docente como forma de trabalho<br />

intelectual, em contraste com sua definição em termos puramente instrumentais ou<br />

técnicos. Em segundo lugar, ela esclarece os tipos de condições ideológicas e<br />

práticas necessárias para que os professores funcionem como intelectuais. Em<br />

terceiro lugar, ela ajuda a esclarecer o papel que os professores desempenham <strong>na</strong><br />

produção de interesses políticos, econômicos e sociais variados, através das<br />

pedagogias por eles endossadas e utilizadas (GIROUX, 1997, p.161).<br />

1 Segundo a mitologia grega, os primeiros homens criados pelos deuses formaram a geração de ouro, pois<br />

viviam sem preocupações e eram parecidos com os deuses. Suas atividades eram realizadas com tranqüilidade e<br />

mesmo a morte chegava como um adormecer suave.<br />

9

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!