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Somos Semeadores: estratégias identitárias na Escola Normal Sarah

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alguém sem comprometimento político, elegemos um período, a conturbada década de 1960,<br />

e uma escola, a <strong>Escola</strong> <strong>Normal</strong> <strong>Sarah</strong> Kubitschek, situada <strong>na</strong> região conhecida como” sertão<br />

carioca” como recortes privilegiados para que buscássemos compreender um pouco melhor as<br />

relações entre professores primários e política.<br />

Procuramos identificar momentos significativos da história da profissão docente,<br />

entendendo-os como aqueles nos quais os modelos sociais de identificação, os tipos<br />

identitários significativos da profissão docente, passaram por transformações. Assim<br />

inicialmente nos reportamos ao momento em que esta atividade se encontrava particularmente<br />

atrelada ao um viés missionário. Tratamos dos primeiros anos da colonização do país, quando<br />

coube aos jesuítas organizar a educação <strong>na</strong> nova colônia. Catequizando os índios ou educando<br />

os filhos dos “principais da terra”. Acreditamos que nossos primeiros professores visavam<br />

fundamentalmente a manutenção da ordem e da hierarquia, aspectos que a educação<br />

estruturada por eles buscou celebrar.<br />

Lembramos que <strong>na</strong> Europa ocidental, coubera inicialmente às ordens religiosas a<br />

estruturação de um modelo escolar, quando, em fins da Idade Média, ressurgia no continente<br />

uma preocupação educativa. Uma educação que lentamente passa a se tor<strong>na</strong>r um campo de<br />

atividade diferenciado e que no século XVIII, passa a ser orquestrado pelo Estado.<br />

Os Estados <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is europeus procuraram no docente um dissemi<strong>na</strong>dor dos valores<br />

desta nova ordem social e entenderam que trazê-los para o corpo do Estado, torná-los-ia<br />

funcionários, sendo uma forma de controlar “quem” se ocuparia da atividade docente, tarefa<br />

esta levada a cabo, em grande medida, pelo exame de seleção a que os professores passaram a<br />

ser submetidos. Com o surgimento das escolas normais, o Estado passou também a controlar a<br />

formação destes professores, procurando que sua orientação contemplasse os valores que<br />

caberia a estes divulgar. Uma situação que levou os professores a uma posição complexa:<br />

Passaram a ser reconhecidos como detentores de um saber específico, conquistado <strong>na</strong>s escolas<br />

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