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Somos Semeadores: estratégias identitárias na Escola Normal Sarah

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Como dito anteriormente, a leitura deste texto teve para mim um grande impacto.<br />

Afi<strong>na</strong>l até então eu estava me reportando aos professores a partir do crivo da desqualificação.<br />

O termo “intelectual” sempre me pareceu associado a alguém com grande status. “Professores<br />

como intelectuais” soou, para mim, não só estranho como também extremamente inquietante.<br />

Creio que neste momento esta categoria “intelectual” tornou-se, em grande medida, um foco<br />

para minhas atenções; ela <strong>na</strong> verdade, parecia para mim como uma espécie de catalisador<br />

químico, que uma vez acrescentado às minhas inquietações iniciais, poderia de alguma forma<br />

apontar aspectos relevantes para o entendimento de meu problema de pesquisa.<br />

Lentamente eu começava a abando<strong>na</strong>r o terreno que chamei insistentemente de<br />

“intuitivo”. Mesmo que de uma forma ainda não muito clara, eu percebia que meu tema<br />

abarcaria um determi<strong>na</strong>do modo de “ser e ver” a profissão docente. Sabia que ao olhar esta<br />

categoria profissio<strong>na</strong>l iria me reportar àqueles que se dedicam ao ensino fundamental, assim<br />

como se evidenciava que minhas interpretações seriam moldadas a partir do viés da história<br />

da educação. Isto quer dizer que nelas teria prioridade – como dito anteriormente – um olhar<br />

no qual a conjugação de tempo e espaço tem um grande peso.<br />

Mas não ape<strong>na</strong>s isto, <strong>na</strong> dinâmica da história da educação, a “busca” pelo passado<br />

assume um caráter bastante específico; que consideramos extremamente bem definido pelo<br />

professor António Nóvoa (apud CARVALHO, 2002, p. 73)<br />

É fundamental valorizar os trabalhos produzidos a partir das realidades e dos contextos<br />

educacio<strong>na</strong>is. A compreensão histórica dos fenômenos educativos é uma condição<br />

essencial à definição de <strong>estratégias</strong> de inovação. Mas para que esta inovação seja<br />

possível é necessário renovar o campo da História da Educação. Ela não é importante<br />

ape<strong>na</strong>s porque nos fornece a memória dos percursos educacio<strong>na</strong>is, mas sobretudo<br />

porque nos permite compreender que não há nenhum determinismo <strong>na</strong> evolução dos<br />

sistemas educativos, das idéias pedagógicas ou das práticas escolares: tudo é produto<br />

de uma construção social (NÓVOA apud CARVALHO et al., 2002, p. 73).<br />

Cremos que estas palavras evidenciam a relevância que o olhar sobre o passado pode<br />

ter. Assim, quando nos reportamos a uma realidade que – acreditamos – contribuiu para<br />

instituição de uma certa visão a respeito dos docentes, procuramos perceber como foi<br />

construída. Nóvoa nos fala de inovação; inovar, transformar... Em suma: agir. Acreditamos,<br />

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