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Somos Semeadores: estratégias identitárias na Escola Normal Sarah

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encontrei ape<strong>na</strong>s uma pesquisadora, Amanda Rabelo (2003), que havia feito dele o seu mote.<br />

Senti-me assim particularmente estimulada para me voltar sobre um objeto tão pouco<br />

pesquisado. O passo seguinte seria o de buscar respostas ao seguinte questio<strong>na</strong>mento: Haveria<br />

sustentação teórica para este desejo?<br />

Cabia, primeiramente, verificar se o estudo de uma escola de formação docente<br />

poderia contribuir para o tipo de reflexão que me propunha. O já citado António Nóvoa<br />

(1991), no artigo intitulado “Para o estudo sócio-histórico da gênese e desenvolvimento da<br />

profissão docente”, entende que, ao longo da evolução histórica desta profissão, essas escolas<br />

foram fundamentais para o processo que ele nomeia de “mutação sociológica” do<br />

professorado, chegando a chamá-las de “seminários leigos”. Segundo ele:<br />

A evolução do estatuto dos docentes primários está indissociavelmente ligada ao<br />

desenvolvimento das escolas normais. No século XIX, elas constituem o lugar central de<br />

produção e de reprodução do corpo de saberes e do sistema de normas próprio à profissão<br />

docente, e têm ação fundamental <strong>na</strong> elaboração dos conhecimentos pedagógicos e de uma<br />

ideologia comum ao conjunto dos docentes. (NÓVOA, 1991, p. 125)<br />

Esta concepção acerca da importância que estas escolas têm no matizar da atuação dos<br />

futuros professores, fez com que considerássemos pertinente trazer uma destas instituições<br />

para o núcleo desta pesquisa. Assim, embora saibamos que as imbricações entre educação e<br />

política perpassam inúmeras esferas da vida social, nossa pesquisa tomará a escola como local<br />

singular para a tentativa de compreensão destas relações. Seria, entretanto, a escola normal<br />

<strong>Sarah</strong> Kubitschek uma boa escolha? Para além das minhas – mais que citadas – evocações<br />

pessoais e dos poucos estudos existentes a respeito dessa instituição, haveria algo que pudesse<br />

sustentar esta escolha?<br />

Ficamos bastante entusiasmadas ao descobrirmos que o ano de 1959 fora o ano da<br />

criação desta instituição. Explorando um pouco mais a história da região, descobrimos que ela<br />

sustentara, durante muito tempo, o epíteto de “sertão carioca” 3 , que procurava traduzir a idéia<br />

3 Este termo embora constasse em mapas e documentos antigos, ganhou maior tônus ao ser utilizado em<br />

1936, para intitular a obra de Ar<strong>na</strong>ldo Magalhães Corrêa . O sertão carioca <strong>na</strong>sceu de uma série de artigos<br />

publicados no jor<strong>na</strong>l carioca O Correio da Manhã, nos anos de 1931 e 1932<br />

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