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Somos Semeadores: estratégias identitárias na Escola Normal Sarah

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coletiva, o autor entende que a identidade se caracteriza fundamentalmente por uma dualidade<br />

que faz com que identidade para si e identidade para o outro sejam inseparáveis.<br />

1.4.1 A contribuição de Claude Dubar<br />

Para Dubar esta relação, uma vez percebida a partir do processo de socialização que<br />

lhe dá sustentação, tor<strong>na</strong> possível que a noção de identidade seja apreendida a partir de uma<br />

perspectiva sociológica. De acordo com o autor:<br />

Deste ponto de vista, a identidade não é mais do que o resultado simultaneamente<br />

estável e provisório, individual e coletivo, subjetivo e objetivo, biográfico e<br />

estrutural, dos diversos processos de socialização que, em conjunto, constroem os<br />

indivíduos e definem as instituições (Dubar, 1997, p. 105)<br />

O cerne da teoria sociológica da identidade apresentada por Dubar é a noção de que<br />

ela é fruto da interlocução de dois movimentos de identificação: a atribuição e a<br />

incorporação. A atribuição de uma identidade ao indivíduo, por parte das instituições e<br />

agentes que com ele interagem, produz a chamada identidade social virtual 4 ou identidade<br />

para o outro. O autor destaca que esta se substancia a partir de categorias de legitimidade,<br />

cuja construção - sempre contingente - constitui o “desafio essencial neste processo” e<br />

permite que estas se imponham por um certo período aos atores implicados neste processo.<br />

Por sua vez, a compreensão do processo de interiorização da identidade pelos<br />

indivíduos, da sua incorporação ativa que cria a sua identidade social real ou identidade<br />

para si, exige que sejam a<strong>na</strong>lisadas as suas trajetórias sociais que também se sutentam em<br />

categorias que devem ser legítimas para o indivíduo e para seu grupo de referência. Este é<br />

um aspecto bastante interessante, pois Dubar ressalta que os valores que um indivíduo<br />

considera legítimos <strong>na</strong> construção desta identidade para si podem se origi<strong>na</strong>r em um grupo ao<br />

qual o indivíduo não pertença “objetivamente”, legitimando-os subjetivamente. Fato que<br />

acreditamos – como apontaremos posteriormente – ser bastante significativo para que seja<br />

4 O autor indica que este termo foi usado por Goffman em 1963<br />

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