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Somos Semeadores: estratégias identitárias na Escola Normal Sarah

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2 CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DA PROFISSÃO DOCENTE NA LONGA<br />

DURAÇÃO<br />

Na primeira parte deste trabalho, nós apresentamos a noção de identidade adotada por<br />

esta pesquisa. Agora, procuraremos nos deter <strong>na</strong> forma como esta noção é trazida para o<br />

interior de nossas análises. Vamos nos permitir citar, uma vez mais, os “desconfortos” que<br />

foram deflagradores deste trabalho. Inicialmente nos “aliamos” à insatisfação de Isabel Lelis<br />

(2001) quanto à construção de uma imagem desqualificativa dos professores e que os<br />

apresenta como pessoas de pouca competência técnica e politicamente descompromissados.<br />

Começamos então a realizar leituras que julgamos pertinentes a esta questão, o que<br />

nos levou a considerar a categoria “intelectual” como uma espécie de “baliza” promissora<br />

para uma pesquisa que, de alguma forma, se propõe a pensar o que então nomeávamos como<br />

“ser e ver” o professor do ensino fundamental. Neste momento, elegemos uma definição de<br />

intelectual – intimamente ligada à questão da atuação política – bem como uma época e um<br />

local para subsidiar uma primeira aproximação do campo empírico.<br />

Assim iniciamos nossos primeiros contatos com egressos da turma de formandos de<br />

1965 da <strong>Escola</strong> <strong>Normal</strong> <strong>Sarah</strong> Kubitschek. Repletos de expectativas, esperávamos encontrar<br />

relatos de censuras, acreditávamos que nossos primeiros entrevistados nos relatariam<br />

episódios nos quais sua liberdade de expressão tivesse sido cerceada, exemplos que<br />

confirmassem a idéia que fazíamos a respeito da “tensão” que deveriam ter sentido por sua<br />

formação profissio<strong>na</strong>l estar ocorrendo em um período com tantas demandas políticas.<br />

Ficamos totalmente desconcertados ao perceber que estes primeiros relatos, não mencio<strong>na</strong>vam<br />

a tensão política do Brasil daquele período. Pareceu-nos que os acontecimentos políticos<br />

daqueles anos como que passaram ao largo daquele grupo. Quando perguntados sobre o peso<br />

da ditadura sobre sua atuação em sala de aula, não identificamos nenhuma menção a um<br />

controle externo, ou a falta de liberdade para realizar sua prática profissio<strong>na</strong>l.<br />

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