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Somos Semeadores: estratégias identitárias na Escola Normal Sarah

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professores primários, a partir da identidade assumida por e para eles nos anos 1960. Permite-<br />

nos também que tentemos compreendê-la por meio das relações que tiveram lugar <strong>na</strong> escola<br />

de formação, cujos indícios buscamos entrever em documentos oficiais ou artigos de jor<strong>na</strong>is,<br />

mas também por meio das entrevistas. Cremos que elas traduzem, em grande medida, o<br />

próprio social, compreendido <strong>na</strong>s palavras de Dubar, para quem “[...] através da expressão<br />

individual dos mundos subjetivos que são, simultaneamente, ‘mundos vividos’ e ‘mundos<br />

expressos’; portanto, mundos suscetíveis de serem apreendidos empiricamente”.<br />

O autor aponta para o fato de que estes esquemas subentendem a existência de tipos<br />

identitários; “um número limitado de modelos socialmente significativos para realizar<br />

combi<strong>na</strong>ções coerentes de identificações fragmentárias “ 6 que se escoram em categorias que<br />

permitem identificar os outros e a si mesmo e que variam de acordo com o espaço social no<br />

qual se observam estas interações e com as “temporalidades biográficas e históricas onde<br />

se desenvolvem as trajetórias” (DUBAR, 1997, p. 110). Procuraremos mostrar que, ao longo<br />

do tempo, a profissão docente assumiu um caráter bastante específico, fazendo com que, por<br />

volta da década de 1940, ela se institua como um destes modelos socialmente significativos<br />

que – acreditamos – orientaram as <strong>estratégias</strong> <strong>identitárias</strong> encetadas <strong>na</strong> escola normal <strong>Sarah</strong><br />

Kubitschek.<br />

Ao ingressarem <strong>na</strong> ENSK, os integrantes da turma de formandos de 1965<br />

provavelmente já compartilhavam várias características origi<strong>na</strong>das pelo fato de serem, <strong>na</strong> sua<br />

grande maioria, composta por jovens moradores da Zo<strong>na</strong> Oeste. Isto é particularmente<br />

interessante, se pensarmos que eles levaram essa “bagagem comum” a uma instituição que se<br />

propunha a promover a profissio<strong>na</strong>lização daqueles professorandos 7 , conjugando dois<br />

5 A noção de trajetória vivida desig<strong>na</strong> a forma como os indivíduos reconstroem subjetivamente os<br />

acontecimentos da sua biografia social que julgam significativos.(N. A.)<br />

6 Erikson apud Dubar 1997:110<br />

7 Na verdade, iniciando sua própria experiência profissio<strong>na</strong>l ao longo dos anos de formação, muitos<br />

entrevistados citam em seus depoimentos o fato de que, mesmo antes da formatura, já atuavam como regentes de<br />

turma<br />

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