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Somos Semeadores: estratégias identitárias na Escola Normal Sarah

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A escola normal foi, portanto, “do Miécimo”, mas nossa pesquisa nos levou a saber<br />

que os atritos em torno desta instituição, não termi<strong>na</strong>ram com sua i<strong>na</strong>uguração. Em 1974, a<br />

família Caldeira de Alvarenga passa a fazer parte da história da escola normal. Naquele ano,<br />

ela se tornou o Instituto de Educação <strong>Sarah</strong> Kubitschek (IESK). A este respeito, o já citado<br />

Dílson de Alvarenga Menezes comenta:<br />

No dia 12 de Outubro de 1974, ocorreu a i<strong>na</strong>uguração do Instituto de Educação<br />

<strong>Sarah</strong> Kubitschek, em Campo Grande. Havia sido uma expansão impressio<strong>na</strong>nte do<br />

núcleo inicial, uma realização da diretora da Instituição, a Professora Daisy Azeredo<br />

de Alvarenga Menezes, que conseguiu um grande apoio do Governo do Estado (sic)<br />

a fim de ampliar aquela escola <strong>Normal</strong> para uma capacidade de três mil e quinhentas<br />

vagas,uma obra muito importante para a juventude da Zo<strong>na</strong> Oeste do Rio de Janeiro<br />

e para o desenvolvimento cultural da região.(MENEZES, 2006, p. 177)<br />

Sigamos, entretanto, nossa “linha do tempo”, atendo-nos a acontecimentos relativos à<br />

criação da escola normal. Nossa entrevista seguinte foi com uma das ex- professoras da escola<br />

que não titubeia em apontar o vereador como “o” criador da escola. Esta, também pertencente<br />

a uma família tradicio<strong>na</strong>l da região, cujo patrimônio foi constituído a partir da plantação de<br />

laranjas, conta-nos que, após ter se formado pelo Instituto de Educação, da Mariz e Barros, foi<br />

trabalhar <strong>na</strong> escola Venezuela, <strong>na</strong> qual, como em outras tantas da região, era comum que as<br />

professoras procurassem obter, tão logo fosse possível, remoção para escolas mais próximas<br />

do centro da cidade:<br />

Aquilo me incomodava demais sabe [...] quando você sentia que a professora estava<br />

<strong>na</strong>quele ponto, o que fazia? Pedia transferência. Aí você tinha que começar tudo de<br />

novo, todo ano isto acontecendo, chegava um grupo e você começava tudo outra<br />

vez, eu me perguntava por que não há uma escola normal aqui? Na verdade, talvez<br />

eu nem pensasse <strong>na</strong> escola <strong>Normal</strong>, mas eu sentia que alguma coisa tinha que<br />

acontecer para evitar isto, porque aí elas saíam para Bangu, Realengo ficava mais<br />

perto da casa delas , como fazem até hoje.<br />

Anos mais tarde ela se tor<strong>na</strong> diretora do colégio:<br />

Aí como Diretora eu passei a vivenciar o que eu já havia vivido como sub-diretora,<br />

mesmo já tendo um grupo de professores de Campo Grande, mas não era suficiente<br />

para lotar a escola Venezuela toda. Então, continuava aquela história de chegar<br />

professor, você fazer aquele trabalho e depois o pessoal pedia transferência. Eu me<br />

lembro que quando eu dirigia escola, eu tinha professores que moravam aqui 44 . Você<br />

sabe bem o que é isto, que faziam faculdade e <strong>na</strong> época de prova tiravam dispensa de<br />

prova.Você sabe o que é isto? Ficar uma sema<strong>na</strong> sem a professora aparecer e eu<br />

44 A entrevistada nos recebeu em seu apartamento no Leblon; o “aqui” usado por ela desig<strong>na</strong> Zo<strong>na</strong> Sul<br />

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