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Somos Semeadores: estratégias identitárias na Escola Normal Sarah

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vulto, indicando para aquela sociedade a premente necessidade de assimilação de novas<br />

técnicas e instrumentos para produção, levando a pensarem em “Outros braços” para a<br />

movimentar a agricultura. A principal alter<strong>na</strong>tiva escolhida foi a dos imigrantes, que<br />

começariam a chegar em número cada vez maior.<br />

Vemos, portanto, que o país vivia um momento de grandes mudanças a exigirem<br />

decisões prementes. Um dos temas mais importantes do período girava em torno das<br />

conseqüências oriundas da representatividade eleitoral, pressuposta pelo voto alfabetizado.<br />

Por meio desta questão, a educação despontaria como via possível, para que se evitassem os<br />

“transtornos” que escolhas “erradas” <strong>na</strong> ur<strong>na</strong> poderiam causar. Villela reproduz as palavras de<br />

Alambary Luz, diretor da <strong>Escola</strong> <strong>Normal</strong> de Niterói, as quais delineiam, de maneira bastante<br />

contumaz, a forma como este assunto era tratado então:<br />

Um povo sem instrução chamado para nomear seus mandatários ou escolhe quem<br />

lisonjeie as suas paixões grosseiras, ou curva-se às argúcias despóticas de seus<br />

pretensos mentores. (VILLELA, 2000, p.116).<br />

A mesma autora ressalta que para uma boa parcela da intelectualidade brasileira, bem<br />

como para inúmeros políticos, as conquistas populares, se não acompanhadas por uma<br />

orientação “correta”, poderiam ser uma séria ameaça à ordem. Por isso emergia como ordem<br />

do dia, a necessidade de que se instalasse no país uma orientação pedagógica que fosse capaz<br />

de “moldar, conscientizar e conformar o cidadão para o exercício da cidadania” (VILLELA,<br />

2000, p. 116).<br />

Obviamente, caberá aos professores levar esta tarefa à cabo. A educação foi vista de<br />

uma forma muito semelhante àquela apontada por Lawn (2001, p. 70): “A produção de<br />

identidade envolve o Estado, através dos seus regulamentos, serviços, encontros políticos,<br />

discursos públicos, [...] é uma componente essencial do sistema, fabricada para gerir<br />

problemas de ordem pública e de regulamentação”.<br />

d=12512 acessado em 18/05/2007<br />

20 Grifo nosso.<br />

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