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Somos Semeadores: estratégias identitárias na Escola Normal Sarah

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sucupira, tendendo a abafar a origi<strong>na</strong>lidade, a iniciativa e a força criadora individual,<br />

para pôr em seu lugar a submissão, o respeito à autoridade e a escravidão aos<br />

modelos antigos ( SODRÉ apud ROMANELLI, 1999).<br />

Ainda que a expulsão de nossos primeiros docentes não tenha abalado o sistema em<br />

suas linhas mais gerais, mudanças significativas ocorreram, quando da criação das primeiras<br />

escolas normais, e permitiram que os professores brasileiros começassem a configurar uma<br />

classe profissio<strong>na</strong>l.<br />

Até agora estamos nos atendo à idéia de que a educação brasileira manteve-se<br />

orientada pelos mesmos princípios ao longo dos primeiros séculos, calcados <strong>na</strong> hierarquia e<br />

<strong>na</strong> submissão, e que, por conseguinte, foram estes também os valores que subsidiaram a<br />

atribuição de algumas marcas <strong>identitárias</strong> aos docentes. Assim, Seu primeiro tipo identitário<br />

delineou-se a partir da imagem de mantenedor destes valores.<br />

2.2 FUNCIONÁRIO ESTATAL E CONSTRUTOR DE UMA “NOVA ORDEM”<br />

No século XIX, surge no Brasil a primeira escola de formação de professores. Este foi<br />

um marco <strong>na</strong>s relações de força e nos sistema de ação que envolve a atribuição de identidade<br />

ou identidade virtual aos docentes? Sabemos que <strong>na</strong> Europa isto já se verificara.<br />

Ao tratar de aspectos relevantes do surgimento e desenvolvimento da profissão<br />

docente, no continente europeu, Nóvoa (1991) enfatiza o peso que o surgimento das primeiras<br />

escolas normais tivera neste processo, apontando o momento a partir do qual certos<br />

indivíduos e/ou grupos sociais passam a dedicar um tempo cada vez maior à atividade<br />

docente. Este marcaria um aspecto da profissio<strong>na</strong>lização, como se pode comprovar no trecho<br />

reproduzido a seguir:<br />

É uma ação de longa duração, realizada sobretudo no seio de algumas congreções<br />

religiosas, ao longo da qual os docentes tendem a abando<strong>na</strong>r suas múltiplas<br />

atividades para se concentrar sobre o ensino, diferenciando assim a função docente<br />

de toda uma série de funções e erigindo o campo educativo em domínio de<br />

investimento de um grupo social específico e autônomo (Nóvoa, 1991, p.118)<br />

Esta profissão, que vai se delineando, portanto, como campo de atividade diferenciado<br />

desde o séculos XV/XVI, passa por um período-chave, quando em fins do século XVIII<br />

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