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Somos Semeadores: estratégias identitárias na Escola Normal Sarah

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Na verdade, o governo de Getúlio Vargas pode ser considerado como um dos mais<br />

marcantes no processo histórico de “fabricação da identidade docente” brasileira (LAWN,<br />

2000). Afi<strong>na</strong>l, além dos aspectos até aqui mencio<strong>na</strong>dos, <strong>na</strong> Era Vargas serão criados; o<br />

Registro profissio<strong>na</strong>l de Professor 28 , o primeiro sindicato da categoria e institui-se, embora<br />

não oficialmente 29 , o Dia do Professor.<br />

O regime autoritário trará novos elementos a este conjunto. A partir de então, o<br />

Governo dedicar-se-á <strong>na</strong> fabricação de uma identidade tão veemente para o professor<br />

primário, que, acreditamos ter influenciado de maneira contundente a imagem da profissão<br />

<strong>na</strong>s décadas seguintes. Fazendo – como já mencio<strong>na</strong>mos anteriormente – que estes<br />

professores fossem encarados como uma verdadeira geração de ouro; como detentores de um<br />

passado a ser continuamente saudado e evocado.<br />

Esta imagem já se tor<strong>na</strong>ra vigorosa em 1939, ano da extinção da <strong>Escola</strong> de Educação.<br />

Sobre esta época, Souza afirma que:<br />

No espaço de formação do Instituto de Educação, no período em questão, forja-se<br />

uma espécie de “processo de esquecimento”, conforme indicado no trabalho de<br />

Lopes (2003) que leva ao silenciamento do projeto dos pioneiros do Instituto de<br />

Educação que, ao menos em parte, haviam sido derrotados quando da saída de<br />

Anísio Teixeira da Diretoria Geral de Instrução Pública do Distrito Federal (em<br />

1935), já então transformada em Secretaria de Educação e Cultura, em um momento<br />

tensio<strong>na</strong>do pelas disputas políticas. (SOUZA, 2007, p. 41)<br />

Este período de silenciamento teve, segundo a mesma autora, como fatos<br />

emblemáticos: A volta do Curso <strong>Normal</strong> – em substituição à <strong>Escola</strong> de Educação – e uma<br />

influência cada vez maior de um civismo perpassado por invocações religiosas. Além de<br />

disso, um aspecto, que periodicamente vimos ser explorado ao longo da história da profissão<br />

docente no país, vai ganhar uma força até então desconhecida: O professor passaria a ser visto<br />

como um guardião da pátria.<br />

28 Decreto 19.980 de 18 de abril de 1931<br />

29 De acordo com Rodolfo Ferreira (1994) a data só será oficializada nos anos de 1960, mas desde 1933 –<br />

ano da primeira solenidade comemorativa realizada no Instituto de Educação – ela já era celebrada.<br />

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