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Somos Semeadores: estratégias identitárias na Escola Normal Sarah

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2.6 IDENTIDADES FORJADAS PELO IDEÁRIO REPUBLICANO<br />

Consideramos a Primeira República um período particularmente interessante da<br />

história brasileira, posto que nele julgamos perceber que de uma forma bastante vigorosa, se<br />

interpuseram questões marcadas pelo crivo do novo versus antigo, ou moderno versus<br />

tradicio<strong>na</strong>l.<br />

É certo que qualquer que seja o período histórico que a<strong>na</strong>lisemos, sempre serão<br />

encontradas forças em enfrentamento, que procuram conservar ou superar as formas com que<br />

o tecido social se organiza. O Brasil não é uma exceção, mas o período compreendido entre<br />

1889 e 1930 se destaca, <strong>na</strong> medida em que o país fundamentalmente rural passou por<br />

inúmeras transformações que fazem com que sejam legitimados valores urbanos e industriais.<br />

Para o escopo deste trabalho, procuraremos nos ater aos aspectos deste período que<br />

afetaram a forma de conceber a educação e conseqüentemente o papel do professor primário<br />

<strong>na</strong> nossa sociedade. Defendemos, entretanto, a idéia de que em relação ao docente o processo<br />

se definirá mais em termos de uma lapidação daquela identidade missionária que o fim da<br />

mo<strong>na</strong>rquia celebrara. Não iremos nos ater às reformas educacio<strong>na</strong>is realizadas nos estados<br />

durante a chamada Primeira República (1889-1930), mas nos referimos a elas, entendendo<br />

que, ao término deste “período reformador”, novas idéias ficaram consagradas <strong>na</strong> educação<br />

brasileira. No que tange à construção de uma identidade para os professores de então, as<br />

reformas coorde<strong>na</strong>das por intelectuais ligados à <strong>Escola</strong> Nova tiveram uma influência<br />

extremamente contundente.<br />

Para Nagle (1976), aqueles que procuraram, então, desempenhar um papel de<br />

dissemi<strong>na</strong>dores de padrões culturais novos, propagavam a noção de que era urgente soerguer<br />

as forças <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is para transformar o país. Para eles, era também premente, ao “pensar o<br />

Brasil”, “pensar em brasileiro”. E, no bojo deste movimento, a educação emerge como fator<br />

viabilizador das mudanças sociais.<br />

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