Linguagem e Comunicação no Jardim-de-Infância
Linguagem e Comunicação no Jardim-de-Infância
Linguagem e Comunicação no Jardim-de-Infância
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
12<br />
<strong>Linguagem</strong> e <strong>Comunicação</strong> <strong>no</strong> <strong>Jardim</strong>-<strong>de</strong>-<strong>Infância</strong><br />
O aprendiz <strong>de</strong> falante<br />
• Diálogo 1: Mãe e João (14 M) 2<br />
J: (apontando para uma banana) – Nana.<br />
M: Tu queres uma banana?<br />
J: Nana.<br />
M: (dando a banana à criança) – Uma banana docinha para o João.<br />
Obs: a mãe interpelou a criança, pronunciou correctamente a palavra banana e alargou o enunciado<br />
produzido pela criança.<br />
• Diálogo 2: Educadora e Ana (36 M)<br />
A: (mostrando um <strong>de</strong>senho à educadora) – O Luís já fazeu o <strong>de</strong>senho.<br />
E: O Luís já fez o <strong>de</strong>senho. O que é que ele fez?<br />
A: Fazeu uma casa.<br />
E: Fez uma casa?<br />
A: Fez.<br />
E: É uma casa e<strong>no</strong>rme, um casarão. O Luís fez um casarão para pren<strong>de</strong>r lá <strong>de</strong>ntro o lobo mau.<br />
E tu, o que vais fazer?<br />
Obs.: a educadora repetiu, corrigindo, tor<strong>no</strong>u a repetir corrigido e alargou o enunciado produzido<br />
pela criança.<br />
Ambiente<br />
linguisticamente<br />
estimulante<br />
e interacção dual<br />
2 Ida<strong>de</strong> em meses.<br />
Nos dois exemplos, os adultos serviram-se das produções<br />
linguísticas das crianças para, em contexto comunicativo, lhes<br />
<strong>de</strong>volverem mo<strong>de</strong>los correctos, estruturas sintácticas mais<br />
complexas e, simultaneamente, lhes proporcionarem mais<br />
oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicação.<br />
A qualida<strong>de</strong> do contexto influencia a qualida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da linguagem. Quanto mais estimulante for o ambiente<br />
linguístico, e quanto mais ricas forem as vivências experienciais<br />
propostas, mais <strong>de</strong>safios se colocam ao aprendiz <strong>de</strong> falante e<br />
maiores as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento cognitivo, linguístico<br />
e emocional.<br />
As trocas verbais com a criança, e na sua presença, activam<br />
a capacida<strong>de</strong> inata para a linguagem e permitem que o aprendiz<br />
<strong>de</strong> falante vá construindo o seu próprio conhecimento sobre a<br />
língua materna, o qual se torna estável <strong>no</strong> final da adolescência.<br />
Ao chegarem ao jardim-<strong>de</strong>-infância, as crianças trazem consigo<br />
experiências e atitu<strong>de</strong>s diferentes perante a vida, perante<br />
a aprendizagem e perante a sua própria auto-estima. As<br />
diversas origens sociais e culturais afectam essas mesmas atitu<strong>de</strong>s.<br />
Proporcionar, <strong>no</strong> jardim-<strong>de</strong>-infância, ambientes linguisticamente<br />
estimulantes e interagir verbalmente com cada criança<br />
são as duas vias complementares que po<strong>de</strong>m ajudar a combater<br />
as assimetrias que afectam o <strong>de</strong>senvolvimento da linguagem<br />
nas crianças.