Linguagem e Comunicação no Jardim-de-Infância
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<strong>Linguagem</strong> e <strong>Comunicação</strong> <strong>no</strong> <strong>Jardim</strong>-<strong>de</strong>-<strong>Infância</strong><br />
Brincar com a língua: <strong>de</strong>senvolver a consciência linguística<br />
po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senvolver, como já foi referido, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um domínio<br />
alargado das estruturas da língua materna por parte das<br />
crianças. Nesse sentido, é feito um conjunto <strong>de</strong> recomendações<br />
pelas Orientações Curriculares que visam ampliar o vocabulário<br />
e a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estruturas frásicas utilizadas pelas<br />
crianças. Por exemplo, lê-se na página 67:<br />
“É <strong>no</strong> clima <strong>de</strong> comunicação criado pelo educador que a criança<br />
irá dominando a linguagem, alargando o seu vocabulário, construindo<br />
frases mais correctas e complexas, adquirindo um maior<br />
domínio da expressão e da comunicação que lhe permitem<br />
formas mais elaboradas <strong>de</strong> representação. O quotidia<strong>no</strong> da educação<br />
pré-escolar permitirá, por exemplo, que as crianças vão<br />
utilizando a<strong>de</strong>quadamente frases simples <strong>de</strong> tipos diversos: afirmativa,<br />
negativa, interrogativa, exclamativas, bem como as<br />
concordâncias <strong>de</strong> género, número, tempo, pessoa e lugar.”<br />
Outras recomendações das Orientações Curriculares, ainda<br />
que mais associadas à exploração <strong>de</strong> textos escritos, po<strong>de</strong>m<br />
constituir-se como oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reflexão sobre os significados<br />
<strong>de</strong> palavras e sobre as estruturas frásicas, <strong>no</strong>meadamente,<br />
“Procurar com as crianças informações em livros, cujo<br />
texto o educador vai lendo e comentando <strong>de</strong> forma a que as<br />
crianças interpretem os sentidos, retirem i<strong>de</strong>ias principais e<br />
reconstruam informação 32 , e também (…), consultar um dicionário”<br />
(p. 71).<br />
Exemplo <strong>de</strong> uma activida<strong>de</strong> integradora <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da consciência linguística:<br />
A educadora lê para os meni<strong>no</strong>s uma lengalenga que escreveu <strong>no</strong> quadro:<br />
– Que está? 33<br />
– Que está na varanda?<br />
– Uma fita cor <strong>de</strong> ganga.<br />
– Que está na janela?<br />
– Uma fita amarela.<br />
– Que está na rua?<br />
– Uma espada nua.<br />
1) Pe<strong>de</strong> aos meni<strong>no</strong>s para contarem as palavras da primeira pergunta.<br />
2) Sugere aos meni<strong>no</strong>s a construção <strong>de</strong> outras lengalengas a partir <strong>de</strong>sta. Para o efeito chama três<br />
meni<strong>no</strong>s e pendura-lhes ao pescoço um cartão, respectivamente, com a imagem <strong>de</strong> uma<br />
“manga”, <strong>de</strong> uma “fivela” e da “lua”. A tarefa dos meni<strong>no</strong>s que assistem é indicar qual meni<strong>no</strong><br />
tem a palavra que rima em relação a cada uma das questões da lengalenga. A educadora reescreve<br />
a <strong>no</strong>va lengalenga. Repete o procedimento <strong>de</strong> <strong>no</strong>vo com outros três meni<strong>no</strong>s que <strong>de</strong>sta vez<br />
têm pendurado ao pescoço, respectivamente, a imagem <strong>de</strong> um “urso panda” <strong>de</strong> uma “chinela”<br />
e <strong>de</strong> uma “grua”.<br />
32 Nesta reconstrução <strong>de</strong> informação po<strong>de</strong>rá ser incluído o parafrasear (ou seja a construção <strong>de</strong> frases alternativas para<br />
exprimir o mesmo sentido) e a reflexão sobre o modo <strong>de</strong> construção das frases.<br />
33 Extraído <strong>de</strong> Luísa Ducla Soares, “Lengalengas”, Livros Horizonte.<br />
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