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Linguagem e Comunicação no Jardim-de-Infância

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<strong>Linguagem</strong> e <strong>Comunicação</strong> <strong>no</strong> <strong>Jardim</strong>-<strong>de</strong>-<strong>Infância</strong><br />

Brincar com a língua: <strong>de</strong>senvolver a consciência linguística<br />

3.2.1 A importância da consciência da palavra<br />

para a aprendizagem da leitura<br />

para encontrar uma palavra com o mesmo significado, o que é<br />

particularmente complexo em ida<strong>de</strong>s pré-escolares. A capacida<strong>de</strong><br />

para compreen<strong>de</strong>r sinónimos ou metáforas implica, necessariamente,<br />

familiarida<strong>de</strong> com a realida<strong>de</strong> e com os significados<br />

envolvidos, po<strong>de</strong>ndo os educadores <strong>de</strong>sempenhar um importante<br />

papel ao discutirem os significados <strong>de</strong> palavras ou <strong>de</strong><br />

enunciados <strong>no</strong>s contextos on<strong>de</strong> surgem (quer seja em histórias,<br />

adivinhas, lengalengas, provérbios ou contextos comunicativos<br />

variados).<br />

A <strong>no</strong>ção do que é uma palavra não está completamente<br />

<strong>de</strong>senvolvida nas crianças, <strong>no</strong> momento da entrada para a<br />

escola. Contudo, trata-se <strong>de</strong> uma competência importante para<br />

que as crianças apreendam as correspondências entre as palavras<br />

orais e escritas, e para o processamento das palavras <strong>no</strong><br />

mecanismo da leitura.<br />

A relação entre a consciência da <strong>no</strong>ção <strong>de</strong> palavra e a aprendizagem<br />

da leitura parece ser igualmente <strong>de</strong> natureza interactiva.<br />

A apreensão <strong>de</strong> que as palavras são rótulos verbais<br />

arbitrários e autó<strong>no</strong>mos em relação aos referentes, e a percepção<br />

das unida<strong>de</strong>s lexicais (ou palavras) <strong>no</strong> fluxo do discurso,<br />

facilita a tarefa <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r as relações entre a fala<br />

e a escrita e, nesse sentido, facilita o processo <strong>de</strong> aprendizagem<br />

da leitura. Por outro lado, o contacto com a linguagem<br />

escrita e a manipulação das unida<strong>de</strong>s gráficas através da linguagem<br />

escrita vão conduzir a progressos em relação à consciência<br />

do conceito <strong>de</strong> palavra. Por exemplo, é mais fácil para<br />

as crianças tomarem consciência do número <strong>de</strong> palavras num<br />

enunciado escrito do que num enunciado oral, na medida em<br />

que <strong>no</strong> primeiro caso as palavras são apresentadas num<br />

suporte concreto e separadas por espaços enquanto na linguagem<br />

oral as palavras apresentam-se enca<strong>de</strong>adas.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista da intervenção, a promoção da tomada<br />

<strong>de</strong> consciência das unida<strong>de</strong>s lexicais <strong>de</strong>ntro das frases po<strong>de</strong><br />

ser facilitada através <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> é pedido às crianças<br />

para indicarem o número <strong>de</strong> palavras <strong>de</strong> enunciados orais ou<br />

escritos. Este tipo <strong>de</strong> exercício po<strong>de</strong> realizar-se em contextos<br />

variados, <strong>no</strong>meadamente contar o número <strong>de</strong> palavras <strong>de</strong> uma<br />

lengalenga, <strong>de</strong> uma frase da história que foi escrita <strong>no</strong> quadro,<br />

<strong>de</strong> um recado enviado aos pais, etc.

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