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Linguagem e Comunicação no Jardim-de-Infância

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<strong>Linguagem</strong> e <strong>Comunicação</strong> <strong>no</strong> <strong>Jardim</strong>-<strong>de</strong>-<strong>Infância</strong><br />

Falar e ouvir falar para comunicar<br />

Motivação<br />

para comunicar<br />

Formas <strong>de</strong> comunicar<br />

10 Rigolet, S. A. (2000).<br />

Subjacente ao prazer <strong>de</strong> comunicar existe uma motivação<br />

intrínseca para interagir. Inicialmente, as situações que motivam<br />

as crianças a comunicar baseiam-se nas rotinas que vivenciam,<br />

<strong>de</strong> início pouco variadas, evoluindo progressivamente e alargando-se<br />

a contextos diversificados. O facto <strong>de</strong> as crianças<br />

interagirem gradualmente com cada vez mais interlocutores<br />

propicia-lhes mais possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> variação na quantida<strong>de</strong> e<br />

na qualida<strong>de</strong> das interacções comunicativas e na participação<br />

em <strong>no</strong>vas experiências, expandindo-se, assim, o espaço comunicativo.<br />

A participação e o envolvimento em situações cada vez<br />

mais diferenciadas, e em contextos variados, proporciona-lhes<br />

oportunida<strong>de</strong>s para contactarem com produções linguísticas<br />

diversificadas que contribuirão para o <strong>de</strong>senvolvimento das respectivas<br />

competências comunicativas (cf., por exemplo, os diálogos<br />

12, 16, 17 e 25 nesta brochura).<br />

Para assumir um papel activo <strong>no</strong> processo comunicativo é<br />

indispensável que a criança aprenda a tomar e a dar a vez,<br />

ou seja a saber intuitivamente que o acto comunicativo é um<br />

processo recíproco <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> papéis “tu-eu-tu-eu…”, o que<br />

implica um processo dialógico entre um “eu falante” e um “eu<br />

ouvinte” 10 . Este comportamento <strong>de</strong> “troca <strong>de</strong> tur<strong>no</strong>” em condições<br />

não verbais, está presente tão cedo quanto os três/quatro<br />

meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. É esta a regra básica da interacção comunicativa<br />

que presi<strong>de</strong> ao acto <strong>de</strong> conversar (cf. quadro 1, secção 1).<br />

Para que a criança possa ter um papel activo <strong>no</strong> acto comunicativo<br />

e interagir com os outros nas conversas, há que consi<strong>de</strong>rar<br />

também os meios que usa para receber e transmitir<br />

as mensagens. Os bebés comunicam usando comportamentos<br />

não verbais, por exemplo o choro, o olhar, o sorriso, os movimentos<br />

corporais, as vocalizações, etc. As repetidas interacções<br />

dos bebés permitem aos adultos atribuírem significado<br />

aos seus comportamentos e respon<strong>de</strong>rem a<strong>de</strong>quadamente às<br />

suas necessida<strong>de</strong>s. É com base nessas trocas comunicativas<br />

que as crianças se começam a interessar pelos objectos que as<br />

ro<strong>de</strong>iam e <strong>de</strong>scobrem o po<strong>de</strong>r da influência dos seus comportamentos<br />

<strong>no</strong>s outros. Progressivamente, vão utilizando meios <strong>de</strong><br />

comunicação cada vez mais diversificados e simbólicos, até que<br />

a comunicação verbal se instala.<br />

Ambos os intervenientes <strong>no</strong> processo comunicativo (adulto/<br />

/criança) contribuem para o enriquecimento mútuo <strong>de</strong>ssa<br />

interacção. As respostas contingentes dadas pelos adultos<br />

<strong>de</strong>sempenham um papel basilar nestas interacções, dada a

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