Linguagem e Comunicação no Jardim-de-Infância
Linguagem e Comunicação no Jardim-de-Infância
Linguagem e Comunicação no Jardim-de-Infância
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Dinâmica do acto<br />
comunicativo<br />
Acto comunicativo<br />
<strong>Linguagem</strong> e <strong>Comunicação</strong> <strong>no</strong> <strong>Jardim</strong>-<strong>de</strong>-<strong>Infância</strong><br />
Falar e ouvir falar para comunicar<br />
As interacções <strong>de</strong>scritas, embora surjam em situações naturais,<br />
revelam igualmente que o adulto está atento à criança e<br />
cria oportunida<strong>de</strong>s para lhe <strong>de</strong>senvolver as capacida<strong>de</strong>s comunicativas.<br />
Esta intencionalida<strong>de</strong> transparece nas oportunida<strong>de</strong>s<br />
que proporciona para a incentivar a usar a linguagem para<br />
comunicar, mostrando-lhe que se comunica diferentemente<br />
consoante as finalida<strong>de</strong>s. O envolvimento das crianças em interacções<br />
verbais gera oportunida<strong>de</strong>s que implementam <strong>de</strong> uma<br />
forma eficaz as competências comunicativas do jovem falante,<br />
cabendo ao adulto um papel prepon<strong>de</strong>rante e mo<strong>de</strong>lar.<br />
O acto comunicativo é um processo dinâmico, natural e<br />
espontâneo que exige a interacção <strong>de</strong>, pelo me<strong>no</strong>s, duas pessoas,<br />
com vista à partilha <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s, experiências,<br />
<strong>de</strong>sejos, sentimentos e i<strong>de</strong>ias. Tendo nascido com capacida<strong>de</strong>s<br />
inatas para comunicar e falar, a criança necessita, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
momento do nascimento, <strong>de</strong> se envolver em interacções sociais<br />
e <strong>de</strong> estar exposta à comunicação verbal. Nos primeiros tempos<br />
<strong>de</strong> vida, a iniciativa da interacção cabe fundamentalmente aos<br />
adultos que interpretam e respon<strong>de</strong>m aos comportamentos do<br />
bebé – a responsivida<strong>de</strong> do adulto. À medida que cresce, a<br />
criança vai tomando um papel cada vez mais activo na dinâmica<br />
interactiva da comunicação.<br />
No início, os bebés respon<strong>de</strong>m sobretudo aos comportamentos<br />
não verbais dos pais (cuidadores), tais como sorrisos,<br />
contacto físico, expressões faciais, entoação da voz, melodia do<br />
discurso. Algum tempo <strong>de</strong>pois, servem-se do contacto ocular<br />
para interagir, sorriem em resposta aos sorrisos dos outros e<br />
vocalizam em resposta às expressões faciais dos adultos e às<br />
suas vozes. Apren<strong>de</strong>m a antecipar os acontecimentos a partir<br />
das rotinas diárias e percebem que certas pistas têm significado<br />
comunicativo. Apren<strong>de</strong>m o jogo <strong>de</strong> tomar a vez com palavras<br />
ou com gestos e entram <strong>no</strong> mundo da sedução a que a comunicação<br />
abre as portas. O <strong>de</strong>senvolvimento da competência<br />
comunicativa é progressivo e gradual e a qualida<strong>de</strong> da presença<br />
do adulto é <strong>de</strong>terminante nesse <strong>de</strong>senvolvimento (cf., por<br />
exemplo, os diálogos 6, 14, 15 da secção 1 <strong>de</strong>sta brochura).<br />
O acto comunicativo implica a troca <strong>de</strong> mensagens, o que<br />
exige um foco comum <strong>de</strong> atenção e a cooperação na partilha <strong>de</strong><br />
significados. A eficácia da comunicação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> haver algo<br />
a comunicar, alguém com quem comunicar e um meio através<br />
do qual se comunique. É também <strong>de</strong>terminante o contexto social<br />
em que a comunicação tem lugar. À medida que a criança se<br />
<strong>de</strong>senvolve, as formas <strong>de</strong> comunicação tornam-se cada vez mais<br />
sofisticadas.<br />
31