Linguagem e Comunicação no Jardim-de-Infância
Linguagem e Comunicação no Jardim-de-Infância
Linguagem e Comunicação no Jardim-de-Infância
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Consciência<br />
linguística<br />
• Diálogo 18: Adulto e Maria (55M)<br />
A: Então afinal on<strong>de</strong> foste ontem com o pai?<br />
M: Ontem vamos… fomos ao cinema.<br />
• Diálogo 19 Luís (58M)<br />
Os calções bancos… brancos está estão sujos.<br />
<strong>Linguagem</strong> e <strong>Comunicação</strong> <strong>no</strong> <strong>Jardim</strong>-<strong>de</strong>-<strong>Infância</strong><br />
O aprendiz <strong>de</strong> falante<br />
Ao <strong>de</strong>screvermos o progresso <strong>de</strong> conhecimento da língua<br />
materna, estamos a referir-<strong>no</strong>s a um conhecimento intuitivo<br />
ou implícito da língua, ou seja, aquele que é adquirido natural e<br />
espontaneamente através da exposição a essa língua. A criança<br />
conhece a língua e usa-a automaticamente para comunicar,<br />
sem consciência das regras que está a aplicar. Por vezes, na<br />
presença <strong>de</strong> erros produzidos por si ou por outrem, manifesta<br />
alguma sensibilida<strong>de</strong> aos erros e corrige-os (cf. diálogos 18 e 19).<br />
As auto-correcções, o gosto pelas rimas, as brinca<strong>de</strong>iras com as<br />
palavras são os primeiros indicadores <strong>de</strong> um nível superior <strong>de</strong><br />
conhecimento que indicia já alguma consciência linguística e<br />
que será a base para um trabalho <strong>de</strong> reflexão e <strong>de</strong> sistematização<br />
sobre a língua, essencial para apren<strong>de</strong>r a ler e a<br />
escrever. A secção 3 <strong>de</strong>sta brochura é <strong>de</strong>dicada a este aspecto<br />
do <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
1.3 Conversar com a criança: a atitu<strong>de</strong> do adulto<br />
É através da interacção comunicativa que as crianças<br />
adquirem a língua da comunida<strong>de</strong> a que pertencem. As trocas<br />
conversacionais são, portanto, <strong>de</strong>terminantes <strong>no</strong> processo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento da linguagem. Como mencionámos <strong>no</strong> ponto 1<br />
<strong>de</strong>sta secção, a interacção com o adulto funciona como um<br />
“andaime” que lhe vai permitindo caminhar <strong>no</strong> seu percurso <strong>de</strong><br />
aprendiz <strong>de</strong> falante.<br />
A interacção diária com o educador <strong>de</strong> infância é uma fonte<br />
inesgotável <strong>de</strong> estímulos para a criança. É muito importante<br />
que o educador tenha consciência <strong>de</strong> que é um mo<strong>de</strong>lo, <strong>de</strong> que<br />
há muitas palavras que são ouvidas pela primeira vez ditas<br />
pelo educador, que há regras <strong>de</strong> estrutura e uso da língua que<br />
são sedimentadas na sala <strong>de</strong> jardim-<strong>de</strong>-infância. Nesse sentido,<br />
é importante que a atitu<strong>de</strong> conversacional/adulto criança<br />
se paute por parâmetros que facilitem o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da linguagem. As crianças precisam <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />
para conversar, o que requer tempo e espaço por parte do<br />
adulto para a ouvir e para falar com ela.<br />
27