Linguagem e Comunicação no Jardim-de-Infância
Linguagem e Comunicação no Jardim-de-Infância
Linguagem e Comunicação no Jardim-de-Infância
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
52<br />
<strong>Linguagem</strong> e <strong>Comunicação</strong> <strong>no</strong> <strong>Jardim</strong>-<strong>de</strong>-<strong>Infância</strong><br />
Brincar com a língua: <strong>de</strong>senvolver a consciência linguística<br />
3.1.2 A importância da consciência fo<strong>no</strong>lógica<br />
para a aprendizagem da leitura<br />
Consciência<br />
fo<strong>no</strong>lógica<br />
e aprendizagem<br />
da leitura<br />
19 Consoantes fricativas.<br />
20 Consoantes vibrantes.<br />
21 Consoantes oclusivas.<br />
<strong>de</strong>sempenho bem sucedido na primeira tarefa antes <strong>de</strong> conseguirem<br />
tê-lo nas outras duas. Resultados elevados nas tarefas<br />
<strong>de</strong> síntese e <strong>de</strong> segmentação fonémica só acontecem quando as<br />
crianças já são capazes <strong>de</strong> ler um número razoavelmente elevado<br />
<strong>de</strong> palavras.<br />
Para além da ida<strong>de</strong> e da aprendizagem formal da leitura,<br />
factores como a dimensão das palavras ou as proprieda<strong>de</strong>s<br />
articulatórias dos fonemas po<strong>de</strong>m influenciar a dificulda<strong>de</strong> das<br />
tarefas fonémicas. Assim, por exemplo, as operações <strong>de</strong> análise<br />
ou <strong>de</strong> supressão fonémica tornam-se mais fáceis quando são<br />
utilizadas palavras mais pequenas. Por outro lado, nas tarefas<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> um fonema inicial comum tornam-se mais<br />
fáceis quando as palavras começam por sons como [f]; [v];<br />
[s]; [z] 19 ou [R] 20 do que quando as palavras começam por<br />
sons como [p], [b], [t], [d], [k], [g] 21 . Isto <strong>de</strong>ve-se ao facto<br />
<strong>de</strong> a representação acústica da primeira lista <strong>de</strong> sons ser mais<br />
constante <strong>no</strong> contexto <strong>de</strong> diferentes palavras do que a representação<br />
acústica da segunda lista <strong>de</strong> sons. A percepção dos<br />
sons da segunda lista <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> sobretudo da vogal subsequente.<br />
É, <strong>no</strong> entanto, <strong>de</strong> salientar que, tal como já foi referido,<br />
a maior parte das crianças <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> pré-escolar falha nas<br />
tarefas <strong>de</strong> segmentação fonémica, mesmo em relação a palavras<br />
pequenas e o seu sucesso só é um pouco melhor em<br />
tarefas <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> sons iniciais comuns, mesmo com sons<br />
perceptivamente mais salientes.<br />
Muitos investigadores concordam, hoje em dia, que o conceito<br />
<strong>de</strong> consciência fo<strong>no</strong>lógica remete para uma habilida<strong>de</strong><br />
geral que apresenta dois níveis. Um nível inicial que está<br />
associado à análise e manipulação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s maiores do<br />
que os fonemas, e um segundo nível mais sofisticado que se<br />
manifesta apenas quando as crianças já dispõem <strong>de</strong> algumas<br />
competências <strong>de</strong> leitura e que está associado à análise e manipulação<br />
das unida<strong>de</strong>s fonémicas.<br />
A aprendizagem da leitura e da escrita exige das crianças<br />
que elas <strong>de</strong>senvolvam conceitos sobre o código escrito<br />
enquanto um sistema que representa unida<strong>de</strong>s da linguagem<br />
oral. Nos códigos alfabéticos as letras representam os segmentos<br />
fonémicos, o que permite, através <strong>de</strong> um número limi-