TATIANE OLIVEIRA DA CUNHA - Programa de Pós-Graduação em ...
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população conforme a Regra. A atualização da Regra e do Testamento <strong>de</strong> São Francisco,<br />
através das “Constituições da Or<strong>de</strong>m dos Fra<strong>de</strong>s Menores Capuchinhos”, no sexto artigo,<br />
intitulado: “A formação especializada”, também se refere ao trabalho.<br />
Escreve São Francisco no Testamento: os que não sab<strong>em</strong> trabalhar,<br />
aprendam. Essa advertência t<strong>em</strong> para nós um sentido s<strong>em</strong>pre renovado e<br />
cada vez mais urgente. Pois não se po<strong>de</strong> dar conta do trabalho<br />
convenient<strong>em</strong>ente s<strong>em</strong> ter adquirido uma formação especializada e<br />
a<strong>de</strong>quada. É <strong>de</strong>ver da Or<strong>de</strong>m ajudar todos os fra<strong>de</strong>s a <strong>de</strong>senvolver<strong>em</strong> sua<br />
graça especial <strong>de</strong> trabalhar. Pois é trabalhando que os fra<strong>de</strong>s se animam uns<br />
aos outros na vocação e faz<strong>em</strong> crescer a harmonia da vida fraterna. Cada<br />
fra<strong>de</strong> seja formado <strong>de</strong> acordo com seus dons para os diversos encargos. Por<br />
isso, aprendam uns artes e ofícios, enquanto outros se <strong>de</strong>diqu<strong>em</strong> a estudos<br />
pastorais ou científicos, principalmente sagrados. [...] Cui<strong>de</strong>m por isso os<br />
fra<strong>de</strong>s que, tornando-se hábeis <strong>em</strong> suas mãos e solidamente instruídos <strong>em</strong><br />
suas mentes, façam-se ao mesmo t<strong>em</strong>po competentes e santos na graça<br />
especial do trabalho. Entregu<strong>em</strong>-se à formação especializada com espírito<br />
<strong>de</strong> abnegação e disciplina, na medida <strong>de</strong> suas capacida<strong>de</strong>s, para contribuír<strong>em</strong><br />
com o <strong>de</strong>senvolvimento pessoal e cultural para o b<strong>em</strong> comum da Or<strong>de</strong>m, da<br />
Igreja e da socieda<strong>de</strong> humana. [...] a formação para qualquer tipo <strong>de</strong> trabalho<br />
é parte integrante <strong>de</strong> nossa vida religiosa. 317 [grifo nosso]<br />
Os fra<strong>de</strong>s <strong>de</strong>veriam acompanhar as mudanças na maneira <strong>de</strong> trabalhar,<br />
especializando-se <strong>em</strong> <strong>de</strong>terminados ofícios conforme a necessida<strong>de</strong> da época. Ao apren<strong>de</strong>r<br />
novas maneiras <strong>de</strong> trabalhar, contribuíam para o <strong>de</strong>senvolvimento da socieda<strong>de</strong>. Assim como<br />
<strong>de</strong>monstra, o quinto capítulo das Constituições que relata “o modo <strong>de</strong> trabalhar”.<br />
Jesus Cristo conferiu uma nova dignida<strong>de</strong> ao trabalho e fez <strong>de</strong>le um<br />
instrumento <strong>de</strong> salvação para todos, tanto trabalhando com as próprias<br />
mãos, como aliviando a miséria humana e pregando a mensag<strong>em</strong> do Pai. São<br />
Francisco exortou seus fra<strong>de</strong>s a trabalhar fiel e <strong>de</strong>votamente e <strong>de</strong>u<br />
test<strong>em</strong>unho <strong>de</strong> dignida<strong>de</strong> do trabalho por seu ex<strong>em</strong>plo, participando também<br />
nisso da condição <strong>de</strong> vida das pessoas. Como fiéis seguidores seus, <strong>de</strong><br />
acordo com a tradição primitiva dos capuchinhos, igualados como<br />
verda<strong>de</strong>iros menores à condição <strong>de</strong> numerosos operários, <strong>de</strong>diqu<strong>em</strong>o-nos<br />
com alegria ao trabalho cotidiano para o louvor <strong>de</strong> Deus, fugindo do ócio e<br />
prestando serviço aos fra<strong>de</strong>s e às outras pessoas, <strong>em</strong> espírito <strong>de</strong><br />
solidarieda<strong>de</strong>. 318 [grifo nosso]<br />
Para os capuchinhos, Jesus Cristo conferiu ao trabalho um novo significado:<br />
instrumento <strong>de</strong> salvação para a humanida<strong>de</strong>. Os capuchinhos organizavam e trabalhavam nas<br />
obras comunitárias, servindo <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plo para as comunida<strong>de</strong>s. Esse trabalho expiatório<br />
317 PEDROSO, op. cit., p. 45.<br />
318 I<strong>de</strong>m, p. 64.<br />
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