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TATIANE OLIVEIRA DA CUNHA - Programa de Pós-Graduação em ...

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É importante <strong>de</strong>stacar que, até o final do século XIX, não verificamos nos relatos<br />

das autorida<strong>de</strong>s, prisões <strong>em</strong> Sergipe que aten<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> aos parâmetros científicos da época,<br />

como a higiene, o amor ao trabalho e a obediência aos preceitos religiosos. No entanto, foge<br />

aos objetivos <strong>de</strong>sse trabalho uma pesquisa mais minuciosa do sist<strong>em</strong>a prisional <strong>em</strong> Sergipe da<br />

segunda meta<strong>de</strong> do século XIX. Essa sucinta explanação foi importante para percebermos o<br />

<strong>de</strong>sejo das autorida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> “transformar” o preso, e, por extensão, toda a população pobre, <strong>em</strong><br />

trabalhador assalariado e o peso da religião no processo <strong>de</strong> regeneração do preso, a partir <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>los originados <strong>em</strong> países “civilizados”.<br />

As autorida<strong>de</strong>s sergipanas não se limitaram ao <strong>de</strong>bate referente às questões<br />

prisionais, <strong>de</strong>screveram também a situação <strong>em</strong> que se encontravam as igrejas, capelas e<br />

também a situação eclesiástica na Província/Estado.<br />

2.3.4. A Precarieda<strong>de</strong> das Capelas, Igrejas e a Falta <strong>de</strong> Padres<br />

S<strong>em</strong> pequenos e gran<strong>de</strong>s s<strong>em</strong>inários b<strong>em</strong> montados e b<strong>em</strong> organisados não<br />

<strong>de</strong>v<strong>em</strong>os esperar clérigos virtuosos, instruídos, e dignos Sacerdotes da<br />

Religião Catholica Apostolica Romana; s<strong>em</strong> subdividir convenient<strong>em</strong>ente as<br />

freguesias, não se po<strong>de</strong> exigir dos Vigários, que elles cumprão exactamente<br />

o que lhes recommendão a nossa Santa Religião a respeito <strong>de</strong> todos os fieis;<br />

e finalmente s<strong>em</strong> augmentar as suas côngruas <strong>de</strong> modo que elles não recebão<br />

<strong>de</strong> seus parochianos quantia alguma a titulo <strong>de</strong> beneses ou <strong>de</strong> quaesquer<br />

outros benefícios, não po<strong>de</strong> o Sacerdote occupar dignamente o lugar<br />

<strong>em</strong>inente que a socieda<strong>de</strong> lhes <strong>de</strong>ve garantir. 221<br />

As autorida<strong>de</strong>s enfatizaram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança <strong>em</strong> diversos setores da<br />

socieda<strong>de</strong> sergipana, inclusive essas mudanças <strong>de</strong>veriam fazer parte também da Igreja<br />

Católica. Em 1860, Manoel da Cunha Galvão chamou atenção sobre o estado do clero,<br />

enfatizando a pouca quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> s<strong>em</strong>inários no Brasil para formar bons sacerdotes. Ao<br />

mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que reconheceu os benefícios da Religião para o bom funcionamento da<br />

socieda<strong>de</strong>, também lamentou pela falta <strong>de</strong> bons párocos para ensinar os preceitos do<br />

Catolicismo, <strong>de</strong>vido também a gran<strong>de</strong> extensão das freguesias.<br />

A falta <strong>de</strong> s<strong>em</strong>inários, o <strong>de</strong>spreparo do clero, a gran<strong>de</strong> extensão das freguesias são<br />

probl<strong>em</strong>as enfrentados <strong>em</strong> todo território brasileiro. Para enfrentar esses probl<strong>em</strong>as, a Igreja<br />

221 SERGIPE. Relatório do Presi<strong>de</strong>nte Manoel da Cunha Galvão, 1860, op. cit., p. 4.<br />

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