Linguagem, Educação e Artes - Vol.1 - 2010 - Unorp
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e seu sangue tingiu de vermelho as rosas, que até então eram somente de cor<br />
branca.<br />
O eu poético ainda introduz dois mitos de flores que evidenciam o amor<br />
sensual: Croco, personagem transformado pelos deuses na flor de açafrão,<br />
evidenciando-se, no verso abaixo, as suas três pétalas e Acanto, jovem ninfa que<br />
metamorfoseou-se em flor com seu próprio nome, em recompensa por corresponder<br />
ao amor de Apolo. No poema, Acanto ri, mostrando o lado prazeroso e hedonístico<br />
do sentimento: tre lingue mostra Croco, e ride Acanto (três línguas mostra Croco, e ri<br />
Acanto).<br />
Todos esses personagens mitológicos inseridos no poema fazem parte de<br />
narrativas amorosas, mostrando, assim, que a primeira função do poema é a de<br />
alegorizar o amor neoplatônico, como sentimento idealizado e sublime, quase<br />
celeste e o amor natural, ligado às flores e à eterna forma cíclica vivida por elas: flor<br />
- fruto - semente - planta.<br />
Desta mesma forma, é também a presença de tantos mitos que marca<br />
fortemente a homologia que traçamos com a pintura intitulada ―La primavera‖ de<br />
Botticelli, grande artista do Renascimento Italiano:<br />
Florença, Galeria dos Uffizi. (Albertário, 1993, p. 36)<br />
O jardim de Vênus também é representado pela pintura. Ele compõe uma<br />
espécie de moldura das personagens com suas flores, árvores e cores. Nele a<br />
primavera reina eternamente. Da direita para a esquerda, Zéfiro, o deus dos ventos,<br />
e a ninfa Clóris, que se transforma na deusa Flora, fazem desabrochar as flores,<br />
uma vez que é ela quem as espalha e Zéfiro lhes dá vida com o seu hálito<br />
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