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Linguagem, Educação e Artes - Vol.1 - 2010 - Unorp

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Sociedade Rádio Educadora Paulista, no ar na cidade de São Paulo desde 1923. A<br />

empreitada, no entanto, não seria barata, pelo menos 2:500$000, dois contos e<br />

quinhentos mil réis. Para levantar a quantia, foram sorteadas 45 debêntures entre os<br />

associados dispostos a emprestarem o dinheiro. (ARANTES, 2001, p 253)<br />

Mas entre a mobilização para trazer o rádio para o Noroeste paulista e a<br />

efetiva implantação da emissora houve um intervalo de oito anos. Quando a PRB-8<br />

entrou no ar, em 1935, São José do Rio Preto era servida por uma linha aérea da<br />

Vasp, fazendo a ligação com Ribeirão Preto, Uberaba e São Paulo. Já havia dois<br />

cinemas e dois jornais em circulação, A Notícia e o Diário de Rio Preto. A instalação<br />

da primeira emissora de rádio foi, portanto, mais uma etapa do desenvolvimento<br />

econômico e cultural de São José do Rio Preto.<br />

Taquara rachada<br />

A precariedade e o improviso eram marcas das primeiras emissoras de rádio<br />

brasileiras e, em Rio Preto, não foi diferente. Passado o impacto das transmissões<br />

iniciais da PRB-8, os ouvintes não pouparam críticas à má qualidade do som. A<br />

população logo apelidou a rádio de ―Bambu rachado‖ e ―Taquara rachada‖.<br />

A primeira rádio rio-pretense não chegou a viver o período de vacas magras<br />

em que as emissoras não podiam transmitir anúncios comerciais e por isso<br />

dependiam financeiramente de mensalidades de associados. No início, as rádios no<br />

Brasil não tinham outra fonte de renda senão estas contribuições, porque, além da<br />

propaganda ser proibida, as emissoras eram controladas por clubes e associações.<br />

Sônia Virgínia Moreira explica que os sócios além de ouvintes eram também<br />

programadores e locutores, pois, naquela época, apenas as pessoas com alto poder<br />

aquisitivo tinham acesso ao rádio. A elite da época, que possuía meios para adquirir<br />

um aparelho, gostava de ópera, possuía em casa discos. Esses discos eram cedidos<br />

temporariamente às rádios para que cada uma pudesse programar suas atrações<br />

(MOREIRA, 1991, p 16). O caráter elitista se explica também porque o professor<br />

Edgar Roquette Pinto, considerado o pai do rádio brasileiro, acreditava que um<br />

veículo de comunicação tão poderoso não poderia ser usado comercialmente.<br />

Deveria ser um instrumento para crescimento cultural e educacional do povo.<br />

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