Linguagem, Educação e Artes - Vol.1 - 2010 - Unorp
Linguagem, Educação e Artes - Vol.1 - 2010 - Unorp
Linguagem, Educação e Artes - Vol.1 - 2010 - Unorp
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Introdução<br />
São seis os fatores que sustentam o modelo de comunicação: emissor,<br />
receptor, canal, código, referente e mensagem.<br />
Segundo McLuhan (apud ARANHA, 1.989, p. 79) ―a mensagem é o meio‖. Já<br />
Jakobson (apud CHALHUB, 2.001, p. 6) enfoca o perfil da mensagem conforme a<br />
meta ou Einstellung (orientação dessa mesma mensagem de acordo com a função<br />
predominante). Para o primeiro, é a própria estrutura da mensagem que permite<br />
uma determinada organização de signos e não outra; para o segundo, a mensagem<br />
estrutura-se em função do fator para o qual está inclinada.<br />
No texto jornalístico noticioso, percebe-se como função predominante para a<br />
verificação da mensagem a função referencial ou denotativa. Aquela com ênfase no<br />
referente, com destaque em o que, ou seja, no acontecido ou no sujeito desse<br />
acontecimento.<br />
Com a função de ―anunciar o acontecimento e resumir a notícia‖, (BAHIA, 1990,<br />
p. 48) isto é, de informar, o título (ou a manchete) também está compromissado com<br />
o fato, com o acontecimento. Privilegia-se, portanto, o referente.<br />
Nos exemplos de manchetes e títulos, a seguir, observamos o uso da<br />
linguagem com a preocupação de informar:<br />
―Aposentado morre em fila no Rio‖ (FOLHA DE SÃO PAULO –<br />
10/01/1992).<br />
―Aposentado morre na fila de espera pelos pagamentos‖(O ESTADO DE<br />
SÃO PAULO – 10/01/1992).<br />
As manchetes da Folha de S.Paulo e do Estadão referem-se à luta dos<br />
aposentados pelo pagamento de um aumento de 147% em suas aposentadorias e<br />
que não estavam sendo pagas pelo governo Collor. Elas são bons exemplos que<br />
demonstram a função referencial ou denotativa. A linguagem jornalística é<br />
referencial por natureza. Tanto a Folha de São Paulo como O Estado de São Paulo<br />
prezaram a objetividade e impessoalidade para a manchete relacionada aos fatos,<br />
preocupando-se em informar. Procuraram responder objetivamente a quem? o quê?<br />
onde? Interessante observar como os dois títulos funcionam até como título-lead,<br />
isto é, anunciam a idéia central específica do próprio lead da notícia.<br />
56